quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Responda às questões do livro: Comédias para Se Ler na Escola, Luis Fernando Veríssimo.

Responda às questões do livro: Comédias para Se Ler na Escola,  Luis Fernando Veríssimo.


1) (2,0) Identifique a síntese de cada crônica e assinale uma opção correta.
a)O marajá
b)O homem trocado
c)Suflê de chuchu
d)História estranha
e)Adolescência
f)Pá, pá, pá  
g)A novata
h)Direitos humanos
i)Fobias
j)Rápido

  (    ) Um homem de quarenta anos se reconhece em uma criança que está brincando no parque. A criança também o identifica, eles se abraçam e o garoto pensa em como seria sentimental quando crescesse.
  (    )  As desventuras de um homem que teve toda a vida trocada, desde seu nascimento. Agora, estava em um hospital para operar a apendicite e enganaram-se na cirurgia: trocaram-lhe o sexo.
  (    )  Um brasileiro tenta explicar a uma americana o que significam certas expressões da língua como: “pois é”, pois sim, pois não e pá, pá, pá”.
   (    ) Duda, uma garota de classe média vai tentar a vida na Europa, porém não sabe fazer nada. Fica ligando para a mãe a fim de pedir-lhe explicações sobre assuntos domésticos.
  (    )   É a história do motorista Algemiro, que ao levar uns americanos para conhecer o Rio de Janeiro, encontra Budum Filho, um homem que estava lhe vendendo o dinheiro do jogo de bicho. Algemiro briga com o rapaz, mas este se faz de vítima para os americanos que o defendem.
  (   )  Um garoto perturba a todos com o violino que acabara de ganhar. Cansados, os vizinhos e o pai contratam Vandeca Furacão para que o garoto se esquecesse do instrumento musical.
  (   )  O autor expõe diversos tipos de medos e aversões a alguma coisa (claustrofobia, acrofobia, collorfobia etc.) e brinca com o leitor querendo saber como se chamaria o medo de não ter o que ler.
   (   )  Conta o primeiro dia de trabalho na vida de uma jornalista. No início o chefe não acredita muito na moça, mas ela se revela uma ousada profissional.
   (  )  Um marido, cansado das crises de histeria da mulher, D. Morgadinha, em relação à limpeza da casa, pede a um amigo que se finja de Marajá, a fim de que a mulher se esquecesse um pouco da mania de limpeza. Não dá certo, a mulher se apaixona pelo falso Marajá.
  (   )  Em poucas palavras e em forma de diálogos, o autor conta a história de vida um casal que se encontra, casa-se, tem filhos, viram avós e já estão na idade “perigosa”, a de morrer de velhice.

a) d,b,f,c,h,e,i,g,a,j
b) a,b,c,d,e,f,g,h,i,j
c) c,d,e,f,g,h,i,j,a,b
d) j,a,b,c,d,e,f,g,h,i,

2)(1,0) Leia o fragmento a seguir, extraído da crônica “Vivendo e...”, de Luis Fernando Veríssimo.
Na verdade, deve-se revisar aquela antiga frase. É vivendo e desaprendendo. Não falo daquelas coisas que deixamos de fazer porque não temos mais as condições físicas e a coragem de antigamente, como subir em bonde andando
– mesmo porque não há mais bondes andando. Falo da sabedoria desperdiçada, das artes que nos abandonaram.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001, p. 46.

A alteração que o autor faz no ditado popular “Vivendo e aprendendo” evidencia certo sentimento de:

a) nostalgia.
b) revolta.
c) incompreensão.
d) arrependimento.

3)(1,0) Leia o trecho da  crônica Papos

Me disseram...
Disseram-me.
Hein?
O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?
O quê?
Digo-te que você...
O “te” e o “você” não combinam.
Lhe digo?
Também não. O que você ia me dizer?
Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a cara. Lhe partir  a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?
Partir-te a cara.
Pois é. Partir-la hei de, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-me.
É para o seu bem.
Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender. Mais uma correção e eu...
VERÍSSIMO, Luiz Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva 2001, p. 65-6.
O texto de Luiz Fernando Veríssimo é uma crônica ficcional que tem como finalidade demonstrar que:
a) Cada pessoa deve ter o direito de usar a língua como bem entender.
b) A preocupação excessiva com a gramática pode prejudicar a comunicação.
c) As regras de colocação pronominal em português são muito difíceis.
d) O aprendizado das regras de colocação de pronomes é muito importante.

4)(2,0) Leia o fragmento da crônica Bola e responda o que se pede:
O pai deu uma bola de presente   ao filho.Lembrando o prazer  que sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai.Uma número 5 sem tento oficial de couro.Agora não era mais de couro,era de plástico.Mas era uma bola.
    O garoto agradeceu,desembrulhou a bola e disse “Legal”.Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando não gostam do presente ou não querem magoar o velho.
    Depois começou a girar a bola,à procura de alguma coisa.
---Como é que liga?-perguntou.
---Como,como é que liga?Não se liga.
    O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
  ----Não tem manual de instrução?[...]
a)Do que o pai se lembrou ao dar o presente ao filho?









b)O garoto gostou do presente que ganhou ?Justifique sua resposta.







c)”O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou tentando recuperar mentalmente o cheiro de couro.”Por que o pai teve essa atitude.?







d)Há nesse texto uma crítica à postura dos jovens modernos.Qual seria essa crítica?







Leia o trecho da crônica:“Segurança”.
             Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do muro alto. Nos quatro lados. As inspeções
tornaram-se mais rigorosas no portão de entrada. [...]Nem as babás. Nem os bebês.
Mas os assaltos continuaram.
Decidiram eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. [...]
Mas os assaltos continuaram.
Grades nas janelas de todas as casas. [...] Todas as janelas foram engradadas.[...]
Mas os assaltos continuaram.

5)(1,0) Vestibular Insper 2012 -  Analise estas afirmações sobre a crônica “Segurança”.
I – Considerando-se as características desse gênero textual, o título mostra-se incoerente em relação ao contexto.
II – Verifica-se efeito de humor, típico de crônicas, na passagem “Não passava ninguém pelo portão sem se identificar para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês.”
III – A sucessiva instalação de aparatos de segurança demonstra a impotência dos moradores em relação à proteção do patrimônio. Está correta:
(a) Apenas I.
(b) Apenas II.
(c) Apenas III.
(d) Apenas I e II.
(e) Apenas II e III.

6) (1,0) Vestibular Insper 2012 –(adaptado)
A repetição da frase “Mas os assaltos continuaram”, ao longo da crônica, tem como objetivo

a) demonstrar a surpresa dos moradores a cada novo assalto.
b) produzir no leitor a sensação de prolongamento do tempo.
c) dar ritmo ao texto, criando o efeito do clímax da narrativa.
d) promover uma crítica direta às autoridades responsáveis pela segurança no país.
e) enfatizar que não dava certos os aparatos de segurança adotados no condomínio.

A crônica Defenestração o narrador brinca com o significado de certas palavras e se interroga com o sentido de “defenestrar” – ato de atirar algo ou alguém da janela.
Leia o trecho:

[...]Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada, era a palavra exata. Um dia, finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que não me deixa mentir. “Defenestração” vem do francês “defenestration”. Substantivo feminino. Ato de atirar alguém ou algo pela janela.

7)(1,0) No trecho Ou quem sabe seria uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais, o narrador utiliza misteriosas referindo-se:

a) ao fato de que as palavras sempre podem ser utilizadas de várias maneiras.
b) ao fato de que a linguagem formal (jurídica, no caso) utiliza palavras cujo significado é desconhecido pela maioria das pessoas.
c) ao fato de que as pessoas em geral não se preocupam em ler os documentos formais.
d) ao fato de haver baixo nível de formação escolar neste país.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Lee el TEXTO 10 à SALVEMOS EL PLANETA

La Tierra, nuestro planeta, se enfrenta a multitud de problemas. En ella vivimos más de 5.000 millones de personas, y todos necesitamos vivienda, combustible, alimentos, ropa y agua. El medio ambiente puede darnos todo lo que necesitamos, pero lamentablemente no estamos poniendo los límites necesarios para mantener nuestro planeta fuera de peligro. Los problemas medioambientales aumentan continuamente y muchos de ellos causan situaciones irreversibles.
Uno de los más graves es la deforestación. Desde 1945 ha desaparecido el 45% de las selvas tropicales a causa de la tala masiva de sus árboles. Los bosques eliminan el exceso de dióxido de carbono (CO2) del aire, y son el hogar de multitud de especies animales y vegetales, así como de poblaciones indígenas. Son una parte crucial para mantener la biodiversidad del planeta y evitar daños a la atmósfera. Hay que detener esta explotación irresponsable de la tierra, e intentar poner límites a las talas de árboles masivas. Los gobiernos deberían reducir el consumo exagerado, plantar nuevos bosques, y explotar las fuentes de energía renovables como el viento y la energía solar.
Otro de los graves problemas que nos acechan en este principio de siglo es el agotamiento de las fuentes de energía fósiles. Una parte demasiado grande de la energía que utilizamos se genera por combustión de combustibles fósiles, como el carbón, que liberan dióxido carbónico a la atmósfera. Este tipo de energía, además, ocasiona el fenómeno denominado “lluvia ácida”. Por ello, hoy más que nunca, resulta necesario recurrir a otro tipo de energías renovables y menos contaminantes. Los vehículos de motor originan mucha contaminación y la gente debería usar más el transporte público. Todos tenemos que ser, en general, mucho más eficiente en el consumo de energía.


@ Actividad de COMPRENSIÓN:

1. En la última mitad del siglo...
a) ha aumentado la superficie de árboles de la Tierra.
b) han desaparecido casi la mitad de las selvas tropicales.
c) la industria maderera ha perdido mucho dinero.

2. La pérdida de superficie de bosque...
a) es buena para el medioambiente.
b) causa la pérdida de la biodiversidad.
c) es consecuencia de la lluvia ácida.

3. Las emisiones de CO2 a la atmósfera...
a) causan daños a la atmósfera.
b) causan las enfermedades del Tercer Mundo.
c) explotan las energías renovables.

4. Los problemas a los que se enfrenta la Tierra...
a) han disminuido en los últimos años.
b) no tienen solución posible.
c) aumentan continuamente.

Los Homónimos:

Hay palabras en español que aunque tengan igual o semejante sonido tienen un significado diferente, aun siendo igual o semejante en escritura.

Abrasar (de quemar)
Abrazar ( de dar un abrazo)
Arrollo ( atropellar)
Arroyo ( riachuelo)
Asar (en el fuego)
Azar (casualidad)
Barón (título noble)
Varón (sexo)
Bello (hermoso)
Vello (pelo)
Bienes (propiedad)
Vienes (venir)
Casar (matrimonio)
Cazar ( de cacería)
Cien (cantidad)
Sien (lado de la frente)
Ciento (cantidad)
Siento (de sentir)
Ciervo (animal)
Siervo (esclavo)
Cima (alto)
Sima (abismo)
Cocer (alimentos)
Coser (costura)
Grabar (dibujo)
Gravar (impuesto)
Halla (hallar)
Haya (de haber)
Hasta (preposición)
Asta (mástil)
Hierva ( de hervir)
Hierba (vegetal)
Hola (saludo)
Ola (de mar)
Honda (profunda, arma)
Onda (ola de sonido)
Huso (instrumento)
Uso (costumbre)
Losa ( piedra)
Loza (vajilla)
Rayar ( de dibujo)
Rallar (moler)
Revelar (descubrir)
Rebelar (sublevar)
Sabia (sabiduría)
Savia (planta)
Sebo (grasa)
Cebo (alimento)
Sepa ( de saber)
Cepa (de viña)
Sesión (reunión)
Cesión ( de ceder)
Sumo (supremo)
Zumo (jugo)
Tubo (hueco)
Tuvo (tener)

¿Por qué estudiar español?

Porque es una de las dos grandes lenguas de comunicación internacional del siglo XXI.
Es lengua oficial en 21 países: Argentina, Bolivia, Chile, Colombia, Costa Rica, Cuba, Ecuador, El Salvador, España, Guatemala, Guinea Ecuatorial, Honduras, México, Nicaragua, Panamá, Paraguay, Perú, Puerto Rico, República Dominicana, Uruguay y Venezuela. Así, en el mundo, hablan español más de 330 millones de personas lo que la convierte en una de las lenguas más habladas de todo el mundo:
Hablar en español está de moda. Su cultura, sus costumbres y su gente resultan enormemente atractivas para los que la conocen. Pero, ¿qué hace de esta lengua algo tan particular? Desde las más antiguas civilizaciones europeas hasta las culturas árabe e indígenas, todas han dejado su huella en la arquitectura, la geografía y, sobre todo, en la cultura popular. Paseando por las calles de sus fascinantes y siempre sorprendentes ciudades o por los entrañables pueblos pequeños, descubrimos en cada esquina el marcado carácter español, esa forma tan especial de entender la vida, sin prisas y sin miedos, con una alegría
Además, el español es hoy en día la segunda lengua más hablada del mundo. A esto hay que unir el desarrollo de las comunicaciones que ha acercado los mercados y los pueblos. Por eso, su importancia social y económica está creciendo hasta el punto de situar a la lengua española como una parte imprescindible de la formación profesional y personal.
En Brasil, hubo una iniciativa parlamentaria que convirtió al español en lengua de obligatoria enseñanza.
A todo eso hay que sumar el hecho de que Brasil está mucho más próximo a los países hispanoamericanos. Las relaciones comerciales y culturales con los países de América se han incrementado y en ese gran mercado hablar español se tornó algo fundamental.
Todos estos datos demuestran que, en la actualidad, el estudio del español puede suponer unas enormes ventajas para todos aquellos que quieran desarrollarse, tanto personal como profesionalmente, a nivel internacional.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

CATEGORIAS BÁSICAS DA NARRATIVA


Segundo Benjamim Abdala Júnior o texto narrativo pode ser divido em várias categorias:
1- Foco Narrativo: Ponto ou Ângulo através do qual o narrador nos conta a história. Cada narrativa vai ter um foco narrativo dominante , que circunscreve e delimita os demais.
1.1- Foco dominante: Aparece no primeiro parágrafo
1.2- Tipos de focos narrativos:
a) Onisciência do autor: o narrador comporta-se como um deus: está em todos os lugares e em todas as épocas . Conhece o que esta dentro das personagens e o seu contesto histórico (3ª Pessoa)
b) Onisciência neutra: o narrador domina todo o universo ficcional, mas procura criar a ilusão de que não interfere na história. O narrador não faz comentários explícitos (3ª pessoa)
c) “Eu” como testemunha: foco de 1ª pessoa, onde o narrador é uma personagem de menor relevo e que relata fatos ocorridos com a personagem central.
d) “Eu” como protagonista: o narrador é o protagonista da ação; ele conta, em 1ª pessoa, fatos relacionados com ele mesmo.
e) Modo dramático: há o desaparecimento da figura do narrador; lemos o texto como se estivéssemos assistindo uma peça de teatro
2- Personagem

2.1- Personagens Simples e Complexas:
a) Personagens simples : comportamento previsível predicação direta.
b) Personagens complexas: comportamento imprevisível predicação indireta e ambígua
2.2- Personagens Planas e Redondas:
a) Personagens Planas: são as simples, estáticas não se transformam na narrativa. São os tipos .
b) Personagens Redondas: são as caracterização complexas, imprevisíveis e de predicação que vem aos poucos. Apresenta complexidade psicológica, pede focalização interna.

2.3- Funções das personagens:
a) Protagonista ou personagem sujeito: personagem central da narrativa, o sujeito da ação. Os conflitos desenvolvem-se em torno dela, que é o ponto de referencia para as alianças e confrontos entre as personagens.
b) Oponente: personagem secundário que coloca obstáculos à ação da personagem protagonista. Um caso particular de oponente é a antagonista: além de colocar obstáculos à concretização dos desejos e objetivos da protagonista, disputa o mesmo objetivo pretendido pela protagonista.
c) Adjuvante: Personagem secundário que auxilia a personagem protagonista, na busca de seu objetivo.

3- Espaço

3.1-Espaço referencial: o espaço real usado para a realidade do texto;
3.2-Espaço textual: palavras escritas que provocam no leitor o chamado “efeito do real”;
3.3-Representação do espaço:
a) Simultânea: espaço e ação ocorrem ao mesmo tempo (cinema).
b) Sucessiva : a construção do espaço interrompe a narrativa.

4- Tempo

4.1- Tempos externos à narrativa
a) Tempo do escritor: tempo histórico da vida do escritor que interfere na organização da sua narrativa pela presença dos valores da sua época e pela mudança desses valores ao curso de sua vida.
b) Tempo do leitor: a narrativa é lida também conforme os valores da época do leitor.
c) Tempo histórico: a história contada pelo narrador poderá se situar ou não na época do escritor.
4.2- Tempos internos da narrativa
a) O tempo da história:
a.1) Cronológico: sucessão cronológica de eventos explicitada pelo narrador ou deduzida pelo leitor;
a.2) Psicológico: é o templo cronológico distorcido em função das vivências subjetivas das personagens
b) Tempo do discurso: é a representação narrativa do tempo da história.

O AUTOR , SUA OBRA E SEU TEMPO.-FERNANDO SABINO

FERNANDO Tavares SABINO nasceu em Belo Horizonte, a 12 de outubro de 1923., filho de Domingos Sabino, procurador de partes e representante comercial, e sua mãe, Odette Tavares Sabino, t’pica doa de casa e mãe mineira. Fernando era o caçula e bastante mimado. Fez o jardim da infância no Delfim Moreira, o curso primário no Grupo Escolar Afonso Pena e o secundário no Ginásio Mineiro, em Belo Horizonte. Ingressou na faculdade de direito em 1941. terminando o curso em 1946 na Faculdade Federal do Rio de Janeiro. Em 1944, quando estava no terceiro ano de faculdade, mudou-se para o Rio de Janeiro e foi nomeado oficial do Registro de Interdições e Tutelas. Mas não levou a sério sua atividade de estudante de Direito. Nunca foi se quer buscar o diploma de bacharel.
Fernando era o protótipo do bom menino: escoteiro exemplar (dos 9 aos 13) ; campeão mineiro de natação nado de costas, por uns quatro anos; jovem escritor de contos desde os treze anos; e, eventualmente, o primeiro da classe. Às vezes, deixava transparecer em crônicas que não valeu a pena ser tão prendado. Aos 13 anos escreveu seu primeiro trabalho literário, uma história policial publicada na revista Argus, da polícia mineira. Passou a escrever crônicas sobre rádio, com que concorria a um concurso permanente da revista Carioca, do Rio: quando era premiado, recebia cinco mil reis. Uniu-se logo a Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos, moravam em Belo horizonte e são amigos de Fernando desde o tempo de escoteiros até hoje. Em Belo Horizonte, os quatro moravam próximos uns dos outros: Fernando, na praça da Liberdade; Hélio, na rua Bernardo Guimarães; Paulo, na avenida Paraúna, que hoje se chama Getúlio Vargas, e Otto na rua Alagoas. Andavam o tempo todo. Podia-se fazer o percurso desses quatro endereços a pé, no máximo num quarto de hora. , Ainda na adolescência publicou seu primeiro livro, "Os Grilos Não Cantam Mais" (1941), composto de contos a que hoje não dá importância – sem motivo, pois eram muito bons para a idade e já delineavam o escritor que viria a ser. Enviou um exemplar a Mario de Andrade.e ele escreveu-lhe uma carta elogiosa, dando início à fecunda correspondência entre ambos. Anos mais tarde, publicaria as cartas do escritor paulista em livro, sob o título "Cartas a um Jovem Escritor" (1982). Em 1944 publica a novela "A Marca" e muda-se para o Rio.
Em 1946 vai para Nova York viajando no mesmo avião com Vinícius de Moraes. Foi para os Estados Unidos ser auxiliar do escritório comercial do Brasil em Nova York. De.sua estada lá, destaca algumas coisas importantes, tais como: aperfeiçoar o inglês, tomar conhecimento mais intimo com a obra de escritores de língua inglesa, ouvir jazz, aprofundar e aproveitar ao máximo a convivência com o compositor Jayme Ovalle, que lá vivia. Num sensível artigo “Suíte Ovalliana” (de Gente), Fernando Sabino presta testemunho de grandeza de alma de Ovalle, Neste período escreveu crônicas semanais sobre a vida americana que enviava regularmente para jornais brasileiros, muitas delas incluídas em seu livro "A Cidade Vazia" (1950). Em 1947 escreveu as novelas que compõe “A Vida Real” (publicado em 1952), texto muito voltados para uma preocupação de ordem literária, com muita especulação e muita perquirição. Resolveu escrever para fazer uma higiene Mental de pura brincadeira, sem a menor intenção de publicar e sem menor compromisso com a literatura, um livro que não teria fim. Escreveu umas sessenta páginas e parou. Às vezes, pensava em retomar, mas não ia para frente Anos mais tarde, Fernando mostrou o que já havia escrito à “mui nobre, distinta e formosa senhora dos seus afetos, dona Lygia Marina de Sá Leitão Pires de Moraes, de cujos seu coração é cativo” e a quem o livro acabou sendo dedicado. Ela adorou o trabalho e o entusiasmou a prosseguir. Incentivado, reescreveu o livro todo em dezoito dias. Sucesso de público e de crítica, “O Grande Mentecapto” acabou recebendo, em outubro de 1980, o Prêmio Jabuti. Em 1989 o livro serviria de argumento para um filme de igual sucesso, dirigido por Oswaldo Caldeira.
Em 1954 "Lugares-Comuns - Dicionário de Lugares-Comuns e Idéias Convencionais", como complemento à sua tradução do dicionário de Flaubert. Com "O Encontro Marcado" (1956), primeiro romance, abre à sua carreira um caminho novo dentro da literatura nacional.
Apesar de não ser militante político, Fernando Sabino viajou por todo o Brasil como auxiliar de Juarez Távora, candidato à presidência em 1955. Em 1963, foi nomeado redator do serviço público, em decorrência de colaboração regular que lhe encomendavam a Rádio Ministério da Educação e a Agência Nacional.. Morou em Londres de 1964 a 1966 e foi adido cultural da embaixada do Brasil em Londres, mantendo na BBC um programa semanal com a leitura de crônicas de sua autoria e tornou-se editor com Rubem Braga (Editora do Autor, 1960, e Editora Sabiá, 1967). Seguiram-se os livros de contos e crônicas "O Homem Nu" (1960), "A mulher do vizinho" (1962, prêmio Fernando Chinaglia do Pen Club do Brasil), "A Companheira de Viagem" (1965), "A Inglesa Deslumbrada" (1967), "Gente I e II" (1975), "Deixa o Alfredo Falar" (1976), "O Encontro das Águas" (1977), "A Falta que Ela Me Faz" (1980) e "O Gato Sou Eu" (1983). Com eles veio reafirmar as suas qualidades de prosador, capaz de explorar com fino senso de humor o lado pitoresco ou poético do dia-a-dia, colhendo de fatos cotidianos e personagens obscuros verdadeiras lições de vida, graças e beleza.
Viajou várias vezes ao exterior, visitando países da América, da Europa e do Extremo Oriente e escrevendo sobre sua experiência em crônicas e reportagens para jornais e revistas. Passa a dedicar-se também ao cinema, realizando em 1972, com David Neves, em Los Angeles, uma série de minidocumentários sobre Hollywood para TV Globo. Funda a Bem-te-vi Filmes e produz curtas-metragens sobre feiras internacionais em Assunção (1973), Teerã (1975), México (1976), Argel (1978) e Hannover (1980). Produz e dirige com David Neves e Mair Tavares uma série de documentários sobre escritores brasileiros contemporâneos.
Publicou ainda "O Menino no Espelho" (1982), romance das reminiscências de sua infância, "A Faca de Dois Gumes" (1985), uma trilogia de novelas de amor, intriga e mistério, "O Pintor que Pintou o Sete", história infantil baseada em quadros de Carlos Scliar, "O Tabuleiro de Damas" (1988), trajetória do menino ao homem feito, e "De Cabeça para Baixo" (1989), sobre "o desejo de partir e a alegria de voltar" - relato de suas andanças, vivências e tropelias pelo mundo afora.
Em 1990 lançou "A Volta por Cima", coletânea de crônicas e histórias curtas. Em 1991 a Editora Ática publicou uma edição de 500 mil exemplares de sua novela "O Bom Ladrão" (constante da trilogia "A Faca de Dois Gumes"), um recorde de tiragem em nosso país. No mesmo ano é lançado seu livro "Zélia, Uma Paixão". Em 1993 publicou "Aqui Estamos Todos Nus", uma trilogia de ação, fuga e suspense, da qual foram lançadas em separado pela Editora Ática, as novelas "Um Corpo de Mulher", "A Nudez da Verdade" e "Os Restos Mortais". Em 1994 foi editado pela Record "Com a Graça de Deus", leitura fiel do Evangelho, segundo o humor de Jesus. Em 1996 relançou, em edição revista e aumentada, "De Cabeça para Baixo", relato de suas viagens, "Gente", encontro do autor ao longo do tempo com os que vivem "na cadência da arte". Também em 96, a Editora Nova Aguilar Publicou em 3 volumes a sua "Obra Reunida". Em 1998 a Editora Ática lançou em separado a novela "O Homem Feito", do livro "A Vida Real", e "Amor de Capitu", recriação literária do romance "Dom Casmurro" de Machado de Assis. E ainda em 1998, além de "O Galo Músico", contos e novelas da juventude à maturidade, do desejo ao amor, a Record editou, com grande sucesso de crítica e de público, o livro de crônicas e histórias "No Fim dá Certo" - se não deu certo é porque não chegou ao fim. Também pela Record lança "A Chave do Enigma", onde diante do desafio da esfinge prefere ser devorado.
Em julho de 1999 recebeu da Academia Brasileira de Letras o maior prêmio literário do Brasil, "Machado de Assis", pelo conjunto de sua obra. O valor do prêmio, R$40.000,00, foi doado pelo autor a instituições destinadas a crianças carentes. O desembargador Alyrio Cavallieri, ex-juiz de menores, revelou que em 1992, todos os direitos recebidos pelo autor do polêmico livro "Zélia, uma paixão" também foram distribuídos a crianças pobres.

O BAILE




Levei um monte de tempo me vestindo. Não tinha roupa que servisse. Não gosto de festas, bailes menos ainda. A Morecy faz 13 anos. Eu não sei que roupa a gente tem que pôr quando a melhor amiga da gente faz 13 anos. Pra falar a verdade, preferia ter pego uma gripe e curtido febre na cama. Não pus o vestido verde porque fico com cara de defunto. O amarelo ficou dançando, acho que emagreci. Como sempre, acabei indo com o xadrezinho, que é meio manjado, mas me sinto bem.
Não consegui entrar em acordo com a minha cara no espelho. Não gosto do meu cabelo liso e muito fino. Nem da minha cara sem pó-de-arroz. Mas também de pó-de-arroz não fico bem.
Acho que levei umas duas horas me aprontando. Cheguei tarde, todo mundo já estava lá. Tinha luz negra, um montão de gente dançando e eu encabulei vendo o Luiz do outro lado do salão, conversando com os amigos.
Fiquei de pé também, falando com a Maria Luíza, aquela bem alta que todo mundo tira sempre para dançar porque é linda, parece a Dominique Sanda. Pegamos uns copos com guaraná e ficamos bebendo, enquanto ela me contava a briga que tinha tido com a D. Rita. Depois nós fomos dançar sozinhas mesmo. E na quarta música o Luiz veio falar comigo.
Foi daí que a gente saiu pro terraço e ele perguntou se eu gostava mesmo dele. Disse que sim. E é verdade, eu gosto um pouco dele. Então ele disse que se eu gostava mesmo era pra eu dar um beijo nele. Eu dei, no rosto. Ele disse que ali não valia, tinha que ser na boca. Ele falava e sorria, mas eu percebi que ele estava um pouco sem jeito, porque toda hora olhava pros lados, pra ver se não vinha ninguém.
Daí ele pegou na minha mão e depois me abraçou e ficou alando que gostava muito de mim, que eu tinha um cabelo bem macio, e eu pensei que poderia ser macio, mas era fino e liso demais. Daí ele disse que não gostava de menina que usava pintura, que ficava com cara de palhaço e que eu era bem natural. Foi bem essa a palavra que ele usou : natural. Achei engraçado falar assim, mas também achei legal ele falar desse jeito. Aí ele foi chegando, me beijando o cabelo, a testa, descendo pelo nariz e eu deixando porque vinha subindo em mim um calor gostoso, uma espécie de moleza que eu nunca tinha sentido antes...
(Mirna Pinsky. Iniciação. Belo Horizonte, Comunicação, 1980)


1) Quem é a principal personagem do texto ? Dê algumas de suas características.


2) Como essa personagem se sente em relação à festa ?


3) Qual é a auto-imagem da narradora do texto ? Justifique sua resposta.


4) Por que a narradora demora “umas duras horas”para se arrumar para a festa ?


5) Qual o sentimento que a narradora precisou vencer para ir ao baile ?


6) Qual foi o grande acontecimento na festa ?


7) Para a narradora, valeu a pena ir à festa ?


8) Que outro título você daria ao texto ?


9) Quais as qualidades que você espera encontrar em um namorado ou namorada ?



RESPOSTAS
1) É uma adolescente que não gosta de festas. Ela sente-se um pouco insegura e indecisa
2) Ela a vê como um problema. Resiste muito à idéia de ir pois não se sente bonita para a festa.
3) A auto-imagem da narradora é muito negativa, ela só vê seus defeitos e ignora suas qualidades.
4) Porque ela está insegura, não encontra a roupa ideal para a ocasião.
5) A narradora precisou vencer o medo, a insegurança.
6) Foi o beijo entre Luiz e a narradora.
7) Sim, pois ela conversou sobre seus sentimentos com Luiz, por quem nutria afeto.
8) Pessoal
9) Pessoal