quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Como acabar com a violência?

Nunca se falou tanto em violência nos dias de hoje. E não está somente nas ruas, mas também contra a mulher, a criança, o idoso, os negros, os pobres e outros tantos que possuem e nem imaginamos. Todas essas violências precisam de combate e segue a pergunta: Como acabar ou diminuir a violência?
Existem muitos artigos, teses e debates sobre o assunto, ouço até às vezes algumas pessoas dizendo que tem a receita para acabar: a receita da Paz. Como encontrar a Paz?
Não é simples. Não é fácil.
Acredito que ao depararmos com conflitos se não tivermos uma estrutura global e de paz podemos gerar violência, seja com palavras, gestos ou físico.
As iniciativas voltadas para a educação para a paz e justiça já é fato mundial, principalmente em países mais pobres, projetos como restaurar valores essenciais para a cultura democrática como participação, igualdade, diálogo, justiça, respeito á diversidade e aos direitos humanos.
Estudiosos do assunto dizem que muitas das vezes a pobreza gera violência, mas muitos países bem mais desenvolvidos que o nosso percebemos que a criminalidade continua firme e forte, mesmo com as autoridades mascarando as estatísticas e minimizando os números.
O pobre com raiva é duplamente pobre, pois entra a pobreza de espírito e a dificuldade de entender o próximo gerando os conflitos que gera a violência. Essa relação de pobreza e violência não quer dizer que o pobre seja mais violento, mas que essa classe social sofre mais violência; podemos observar através dos meios de comunicação os noticiários.
Podemos observar exemplos de violência através dos filmes como Cidade de Deus e Tropa de Elite que levaram a violência das camadas mais pobres do país nas telas de cinema do mundo e foram sucessos de público; nesses filmes mostra também a classe alta da sociedade envolvida juntamente com os pobres com as drogas, esse sim é um fato que através do consumo de drogas pode gerar gangues que contribui para isso.
E para combater a violência de imediato temos a polícia, mas essa não é respeitada, muitas das vezes por não se dar respeito – e é desmotivada devido arriscar a vida para prender um traficante que em poucos dias é solto pela lei e fora o salário que é pouco. Devido a isso, gera mais violência.
Existem instituições em quase todas as cidades do país que trabalham para ampliar a socialização e criam mais oportunidades, mas ainda não são suficientes em quantitativamente e qualitativamente, como as escolas, clubes, lazer, cursos, igrejas e outros. A educação é o único caminho, acredito, para que vivamos num lugar melhor com mais Paz, mas para isso precisamos de um governo mais justo – que já é outra historia.

Daniella H.D.

domingo, 7 de novembro de 2010

Felicidade Clandestina , CLarice Lispector

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.
Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.
E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!
E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.
Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.
Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.


in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998
Clarice Lispector

Sugestões filmes de curta metragem. Assista aos filmes, leia os comentarios e veja as sujestões para trabalhar com os alunos. Clik no link, digite o nome do filme e assista Felicidade Clandestina de Clarice Lispector

http://www.portacurtas.com.br/busca.asp
EXPLORAR:

ENREDO: de seqüência linear com grande carga psicológica.
ÉPOCA E DURAÇÃO: não são precisas
PROTAGONISTA: a narradora que sofre sozinha. Daí o nome felicidade clandestina
ANTAGONISTA: a dona do livro
PERSONAGEM SECUNDÁRIA: a mãe
TEMPO ÉPOCA: o ontem - 25 anos atrás, cortiço e pobreza em oposição a riqueza e bens.
TEMPO DURAÇÃO: algumas semanas
ESPAÇO: Recife, o portão da casa da menina rica
NARRADOR: em 1ª pessoa – a protagonista – mostra seu sofrimento interior por não conseguir seu objeto de desejo, o livro. Esse sofrimento se expressa fisicamente, pelas olheiras. Depois mostra seu prazer em tê-lo pelo tempo que quisesse.
CLASSES SOCIAIS: duas, a rica e a pobre
PRECONCEITO: contra pessoas gordas – contra pessoas pobres
ATÉ O 3° PARÁGRAFO: apresenta a descrição das personagens
RELACIONAMENTO: a mãe da menina rica não conhecia a filha que tinha
EXPRESSÕES DE TEMPO: até que, no outro dia, no dia seguinte

A Carne, de Júlio Ribeiro

A obra A Carne de Júlio Ribeiro é um romance naturalista publicado em 1888 que aborda temas até então ignorados pela literatura da época, como divórcio, amor livre e um novo papel para a mulher na sociedade.
O livro conta a história da garota Lenita, cuja mãe morrera em seu nascimento e o pai educara-a ministrando-lhe instrução acima do comum. Lenita era uma garota especial, inteligente e cheia de vida.
No entanto, aos 22 anos, após a morte de seu pai, tornou-se uma jovem extremamente sensível e teve sua saúde abalada. Com o intuito de sentir-se melhor, Lenita decide ir viver no interior de São Paulo, na fazenda do coronel Barbosa, velho que havia criado seu pai. Lá, conhece Manuel Barbosa, o filho do coronel. Manuel era um homem já maduro e exímio conhecedor das coisas da vida, vivia trancado no quarto com seus livros e periodicamente partia para longas caçadas; vivera por dez anos na Europa, onde se casara com uma francesa de quem separara-se há muito tempo. Lenita firmara uma sólida amizade com Manuel, que, aos poucos, vai se revelando uma tórrida paixão, no início, repelida por ambos, mas depois consolidada com fervor em nome do forte desejo da "carne".
Lenita desde logo revela-se uma moça dominada pelos desejos da carne, o que ela buscava não era propriamente o amor, mas a satisfação de seus desejos sexuais. Num episódio em que assiste a tortura que sofria um escravo, sentiu prazer ao ver a carne açoitada com violência. “... do alto do céu no lodo da terra, sentia-se ferida pelo aguilhão da carne, espoliar-se nas concupiscências do cio, como uma negra boçal, como uma cabra, como um animal qualquer... era a suprema humilhação.”
Lenita diante da presença afetuosa do Coronel Barbosa chega a desejá-lo, e o mesmo Coronel também se remói diante do pensamento de ter Lenita como amante, diante do impasse, resolve viajar a negócios.
Passou a considerar a possibilidade do namoro com o filho do Coronel Barbosa, embora a sua figura, em princípio não correspondia ao ideal de homem que pensava pudesse satisfazer os seus desejos. As impossibilidades do casamento, por ser Manuel um homem que já havia contraído o matrimônio, não afligiam Lenita, visto que, sonhava apenas com a realização dos desejos da carne, descartando a possibilidade de uma mera amizade. O livro narra a ardente trajetória desse romance singular, marcado por encontros e desencontros, prazer e violência, desejo e sadismo, batalha entre mente e carne. A história caminha para um trágico desfecho a partir do momento em que Lenita, encontrando cartas de outras mulheres guardadas por Manuel, sente-se traída e resolve abandoná-lo; estando grávida de três meses, casa-se com outro homem. Manuel, não suportando tamanha traição, suicida-se, o que comprova o resultado final da batalha "mente vs carne". O suicídio de Manuel é dramático e injetando curare nos minutos finais assiste ao desespero dos pais enquanto lhe passam na mente os pensamentos que o levara a tal atitude, chega a querer reverter o quadro, mas não tem como avisar os outros acerca do antídoto, pois o veneno o paralisa completamente triunfam os prazeres da carne, no trágico final, os desenganos da mente.

(Apostila 8 de Realismo - Literatura Brasileira)

Trecho:


Uma tarde, achando-se só em sua sala, Lenita sentiu-se tomada de uma languidez deliciosa, sentou-se na rede, fechou os olhos e entregou-se à modorra branda que produzia o balanço.
Em frente, sobre um console, entre outros bronzes que trouxera, estava uma das reduções célebres de Barbedienne, a da estátua de Agasias, conhecida pelo nome de Gladiador Borghese.
Um raio mortiço de sol poente, entrando por uma frincha da janela, dava de chapa na estátua, afogueava-a, como que fazia correr sangue e vida no bronze mate.
Lenita abriu os olhos. Atraiu-lhe as vistas o brilho suave do metal ferido pela luz.
Ergueu-se, acercou-se da mesa, fitou com atenção a estátua : aqueles braços, aquelas pernas, aqueles músculos ressaltantes, aqueles tendões retesados, aquela virilidade, aquela robustez, impressionaram-na de modo estranho.
Dezenas de vezes tinha ela estudado e admirado esse primor anatômico em todas as suas minudências cruas, em todos os nadas que constituem a perfeição artística, e nunca experimentara o que então experimentava.
A cerviz taurina, os bíceps encaroçados, o tórax largo, a pélvis estreita, os pontos retraídos das inserções musculares da estátua, tudo parecia corresponder a um ideal plástico que lhe vivera sempre latente no intelecto, e que despertava naquele momento, revelando brutalmente a sua presença.
Lenita não se podia arredar, estava presa, estava fascinada.
Sentia-se fraca e orgulhava-se de sua fraqueza. Atormentava-a um desejo de coisas desconhecidas, indefinido, vago, mas imperioso, mordente. Antolhava-se-lhe que havia de ter gozo infinito se toda a força do gladiador se desencadeasse contra ela, pisando-a, machucando-a, triturando-a, fazendo-a em pedaços.
E tinha ímpetos de comer de beijos as formas masculinas estereotipadas no bronze. Queria abraçar-se, queria confundir-se com elas. De repente corou até à raiz dos cabelos.
Em um momento, por uma como intussuscepção súbita, aprendera mais sobre si própria do que em todos os seus longos estudos de fisiologia. Conhecera que ela, a mulher superior, apesar de sua poderosa mentalidade, com toda a sua ciência, não passava, na espécie, de uma simples fêmea, e que o que sentia era o desejo, era a necessidade orgânica do macho.
Invadiu-a um desalento imenso, um nojo invencível de si própria.
(…)
Lenita adormeceu. A princípio foi um dormitar interrompido, irrequieto, cortado de pequenos gritos. Depois apoderou-se dela um como langor, um êxtase que não era bem vigília, e que não era bem sono. Sonhou ou antes viu que o gladiador avolumava-se na sua peanha, tomava estatura de homem, abaixava os braços, endireitava-se, descia, caminhava para o seu leito, parava à beira, contemplando-a detidamente, amorosamente.
E Lenita rolava com delícias no eflúvio magnético do seu olhar, como na água deliciosa de um banho tépido.
Tremores súbitos percorriam os membros da moça; seus pêlos todos hispidavam-se em uma irritação mordente e lasciva, dolorosa e cheia de gozo.
O gladiador estendeu o braço esquerdo, apoiou-se na cama, sentou-se a meio, ergueu as cobertas, e sempre a fitá-la, risonho, fascinador, foi-se recostando suave até que se deitou de todo, tocando-lhe o corpo com a nudez provocadora de suas formas viris.
O contato não era o contato frio e duro de uma estátua de bronze; era o contato quente e macio de um homem vivo.
E a esse contato apoderou-se de Lenita um sentimento indefinível; era receio e desejo, temor e volúpia a um tempo. Queria, mas tinha medo.
Colaram-se-lhe nos lábios os lábios do gladiador, seus braços fortes enlaçaram-na, seu amplo peito cobriu-lhe o seio delicado.
Lenita ofegava em estremeções de prazer, mas de prazer incompleto, falho, torturante. Abraçando o fantasma de sua alucinação, ela revolvia-se como uma besta-fera no ardor do cio. A tonicidade nervosa, o erotismo, o orgasmo, manifestava-se em tudo, no palpitar dos lábios túmidos, nos bicos dos seios cupidamente retesados. Em uma convulsão desmaiou.
O Analfabeto Político - 2

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa
dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e estufa o peito
dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, pilantra,
o corrupto e lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.
Texto de Bertold Brecht, escritor e teatrólogo alemão (1898/1956)

SUGESTÕES DE ATIVIDADES:

ESTUDO DO VOCABULÁRIO:

PESQUISE NO DICIONÁRIO E ESCREVA OS SIGNIFICADOS DE ACORDO COM O TEXTO LIDO:

orgulho
imbecil
ignorância
vigarista
pilantra
corrupto
lacaio

EXPLIQUE AS EXPRESSÕES DESTACADAS:

Não sabe o imbecil que da sua ignorância política “nasce” a prostituta...
O pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e “lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.

RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO:

É importante participar dos acontecimentos políticos do país? Por quê?
De que forma podemos participar dos acontecimentos políticos?
O que você entende por custo de vida?
O que é uma decisão política?
Por que o preço do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas?
Cite exemplos de decisões políticas no Brasil.
Como você vê o fato de alguém odiar a política?
Quais as características de um analfabeto político?
O autor do texto afirmou que “o pior analfabeto é o analfabeto político” . Nesta afirmação há uma outra crítica. Qual?
Bertold Brecht também disse que “o pior de todos os bandidos é o político vigarista, pilantra...”. Como podemos interpretar essa afirmação do autor?
O que fazer quando ficamos sabendo que um político está agindo desonestamente?

TRABALHO DE PESQUISA:

Pesquisar sobre as atividades de algumas empresas multinacionais.
Casos de corrupção no Brasil. (internet, recortes de jornais e revistas)
Pesquisar nos mercados próximos o preço dos produtos da cesta básica.
(as pesquisas, após serem lidas na sala, podem ser apresentados para a turma e/ou expostos para as demais turmas da escola)

EXPRESSÃO ARTÍSTICA:


Expresse o “analfabeto político” num desenho. (Os desenhos podem ser expostos para as demais turmas da escola)
Cantar o poema como se fosse um rap.
Declamar o poema: chorando, sorrindo, com raiva, gritando, baixinho... (pode ser feito num auditório)

PRODUÇÃO DE TEXTO:

Expresse sua opinião num texto, falando sobre a política brasileira.
DEBATE:
É possível ser analfabeto e não ser analfabeto político? Por quê?

EXERCÍCIOS:

NO POEMA, QUAIS PALAVRAS SÃO VERBOS?

JUSTIFIQUE A ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS:

Político
Remédio
Ignorância

COPIE DO TEXTO:

Quatro palavras que tenham dígrafo.
Uma com hiato
Uma com ditongo crescente

DÊ AS FUNÇÕES SINTÁTICAS DA PALAVRA ANALFABETO:

O analfabeto é político.
O político é analfabeto.
O político analfabeto decidiu estudar.
Analfabeto, o político decidiu estudar.
Analfabeto, estude!
Eu ouvi o discurso do analfabeto político.
O cidadão orientou o analfabeto político.
O país cuida do analfabeto político.

A Moça e a Vasilha de Leite

"Uma moça ia ao mercado equilibrando, na cabeça, a vasilha do leite. No caminho, começou a calcular o lucro que teria com a venda dele.
- Com este dinheiro, comprarei muito ovos. Naturalmente, nem todos estarão bons, mas, pelo menos, de três quartos deles sairão pintinhos. Levarei alguns para vender no mercado. Com o dinheiro que ganhar, aumentarei o estoque dos ovos. Tornarei a pô-los a chocar e, em breve, terei uma boa fazenda de criação. Ficando rica, os homens, pedir-me-ão em casamento. Escolherei, naturalmente, o mais forte, o mais rico e o mais bonito. Como me invejarão as amigas! Comprarei um lindo vestido de seda, para o casamento e, também, um bonito véu. Todos dirão que sou a noiva mais elegante da cidade.
Assim pensando, sacudiu a cabeça, de contentamento. A vasilha do leite caiu ao chão, o leite esparramou-se pela estrada e nada sobrou para vender no mercado."
(Não se deve contar com o ovo quando ele ainda está dentro da galinha)
Baseada em uma fábula de Esopo
Fernando Kitzinger Dannemann


SUGESTÕES PARA O PROFESSOR:

A fábula é um pequeno texto fácil de ser compreendido. As sugestões sobre o estudo desta fábula devem ser adaptadas de acordo com o grau de dificuldade e de escolaridade dos alunos. O professor também pode diversificar as atividades em cada turma.

1- ORALIDADE:
a- Você conhece a fábula “A Moça e a Vasilha de Leite”?
b- Quem é o autor do texto?
c- Conhece outras fábulas desse autor? Quais?
d- Leitura do Professor
e- Leitura do Aluno

2- DIVISÃO DA ESTRUTURA:
a- Situação inicial:
b- Obstáculo:
c- Tentativa de solução:
d- Resultado final:
e- Moral:
3- QUESTÕES SOBRE O TEXTO:
a- Quem é a personagem principal?
b- Quais as características desta personagem?
c- Existem personagens secundários?
d- Há um narrador? Quem?
e- Onde o fato aconteceu?
f- Identifique no texto palavras que expressem lugar.
g- Identifique palavras que dão pistas da época em que os fatos
aconteceram
h- Quais os verbos do texto que indicam as ações da moça?

4- ARGUMENTAÇÃO:
a- Por que a moça não concretizou seus sonhos?
b- Qual a importância de se planejar o que se quer conquistar na vida?
c- Quando uma pessoa deve iniciar os planos para sua vida?
d- Você tem planos para sua vida? Se tiver, especifique alguns.
e- O que fazer quando algo não acontece conforme planejamos?
f- Como você explica a moral do texto: ” Não se deve contar com o ovo quando ele ainda está dentro da galinha”?
g- Escreva outra moral para o texto.

5- EXPRESSÃO ESCRITA:
a- Reescrever o texto em forma de teatro – para ser representado.
b- Escrever um texto falando dos planos para sua vida
c- Escrever uma fábula de acordo com a estrutura:
- Situação inicial:
- Obstáculo:
- Tentativa de solução:
- Resultado final:
- Moral:
d- Leitura dos textos escritos

Um Apólogo, MACHADO DE ASSIS

Um Apólogo
Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Publicado originalmente em Gazeta de Notícias 1885. Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

A CHINELA TURCA, MACHADO DE ASSIS

A CHINELA TURCA
Machado de Assis

Vede o bacharel Duarte. Acaba de compor o mais teso e correto laço de gravata que apareceu naquele ano de 1850, e anunciam-lhe a visita do major Lopo Alves. Notai que é de noite, e passa de nove horas. Duarte estremeceu, e tinha duas razões para isso. A primeira era ser o major, em qualquer ocasião, um dos mais enfadonhos sujeitos do tempo. A segunda é que ele preparava-se justamente para ir ver, em um baile, os mais finos cabelos loiros e os mais pensativos olhos azuis que este nosso clima, tão avaro deles, produzira. Datava de uma semana aquele namoro. Seu coração deixando-se prender entre duas valsas, confiou aos olhos, que eram castanhos, uma declaração em regra, que eles pontualmente transmitiram à moça, dez minutos antes da ceia, recebendo favorável resposta logo depois do chocolate. Três dias depois, estava a caminho a primeira carta, e pelo jeito que levavam as coisas não era de admirar que, antes do fim do ano, estivessem ambos a caminho da igreja. Nestas circunstâncias, a chegada de Lopo Alves era uma verdadeira calamidade. Velho amigo da família, companheiro de seu finado pai no exército, tinha jus o major a todos os respeitos. Impossível despedi-lo ou tratá-lo com frieza. Havia felizmente uma circunstância atenuante; o major era aparentado com Cecília, a moça dos olhos azuis; em caso de necessidade, era um voto seguro.
Duarte enfiou um chambre e dirigiu-se para a sala, onde Lopo Alves, com um rolo debaixo do braço e os olhos fitos no ar, parecia totalmente alheio à chegada do bacharel.
— Que bom vento o trouxe a Catumbi a semelhante hora? — perguntou Duarte, dando à voz uma expressão de prazer, aconselhada não menos pelo interesse que pelo bom-tom.
— Não sei se o vento que me trouxe é bom ou mau, — respondeu o major sorrindo por baixo do espesso bigode grisalho; sei que foi um vento rijo. Vai sair?
— Vou ao Rio Comprido.
— Já sei; vai à casa da viúva Meneses. Minha mulher e as pequenas já lá devem estar: eu irei mais tarde, se puder. Creio que é cedo, não?
Lopo Alves tirou o relógio e viu que eram nove horas e meia. Passou a mão pelo bigode, levantou-se, deu alguns passos na sala, tornou a sentar-se e disse:
— Dou-lhe uma notícia, que certamente não espera. Saiba que fiz... fiz um drama.
— Um drama! — exclamou o bacharel.
— Que quer? Desde criança padeci destes achaques literários. O serviço militar não foi remédio que me curasse, foi um paliativo. A doença regressou com a força dos primeiros tempos. Já agora não há mais remédio senão deixá-la, e ir simplesmente ajudando a natureza.
Duarte recordou-se de que efetivamente o major falava noutro tempo de alguns discursos inaugurais, duas ou três vênias e boa soma de artigos que escrevera acerca das campanhas do Rio da Prata. Havia porém muitos anos que Lopo Alves deixara em paz os generais platinos e os defuntos; nada fazia supor que a moléstia volvesse, sobretudo caracterizada por um drama. Esta circunstância explica-la-ia o bacharel, se soubesse que Lopo Alves algumas semanas antes, assistira à representação de uma peça do gênero ultra-romântico, obra que lhe agradou muito e lhe sugeriu a idéia de afrontar as luzes do tablado. Não entrou o major nestas minuciosidades necessárias, e o bacharel ficou sem conhecer o motivo da explosão dramática do militar. Nem o soube, nem curou disso. Encareceu muito as faculdades mentais do major, manifestou calorosamente a ambição que nutria de o ver sair triunfante naquela estréia, prometeu que o recomendaria a alguns amigos que tinha no Correio Mercantil, e só estacou e empalideceu quando viu o major, trêmulo de bem-aventurança, abrir o rolo que trazia consigo.
— Agradeço-lhe as suas boas intenções, — disse Lopo Alves, e aceito o obséquio que me promete; antes dele, porém, desejo outro. Sei que é inteligente e lido; há de me dizer francamente o que pensa deste trabalho. Não lhe peço elogios, exijo franqueza e franqueza rude. Se achar que não é bom, diga-o sem rebuço.
Duarte procurou desviar aquele cálice de amargura; mas era difícil pedi-lo, e impossível alcançá-lo. Consultou melancolicamente o relógio, que marcava nove horas e cinqüenta e cinco minutos, enquanto o major folheava paternalmente as cento e oitenta folhas do manuscrito.
— Isto vai depressa, — disse Lopo Alves; eu sei o que são rapazes e o que são bailes. Descanse que ainda hoje dançará duas ou três valsas com ela, se a tem, ou com elas. Não acha melhor irmos para o seu gabinete?
Era indiferente, para o bacharel, o lugar do suplício; acedeu ao desejo do hóspede. Este, com a liberdade que lhe davam as relações, disse ao moleque que não deixasse entrar ninguém. O algoz não queria testemunhas. A porta do gabinete fechou-se; Lopo Alves tomou lugar ao pé da mesa, tendo em frente o bacharel, que mergulhou o corpo e o desespero numa vasta poltrona de marroquim, resoluto a não dizer palavra para ir mais depressa ao termo.
O drama dividia-se em sete quadros. Esta indicação produziu um calafrio no ouvinte. Nada havia de novo naquelas cento e oitenta páginas, senão a letra do autor. O mais eram os lances, os caracteres, as ficelles, e até o estilo dos mais acabados tipos do romantismo desgrenhado. Lopo Alves cuidava pôr por obra uma invenção, quando não fazia mais do que alinhavar as suas reminiscências. Noutra ocasião, a obra seria um bom passatempo. Havia logo no primeiro quadro, espécie de prólogo, uma criança roubada à família, um envenenamento, dois embuçados, a ponta de um punhal e quantidade de adjetivos não menos afiados que o punhal. No segundo quadro dava-se conta da morte de um dos embuçados, que devia ressuscitar no terceiro, para ser preso no quinto, e matar o tirano no sétimo. Além da morte aparente do embuçado, havia no segundo quadro o rapto da menina, já então moça de dezessete anos, um monólogo que parecia durar igual prazo, e o roubo de um testamento.
Eram quase onze horas quando acabou a leitura deste segundo quadro. Duarte mal podia conter a cólera; era já impossível ir ao Rio Comprido. Não é fora de propósito conjeturar que, se o major expirasse naquele momento, Duarte agradecia a morte como um benefício da Providência. Os sentimentos do bacharel não faziam crer tamanha ferocidade; mas a leitura de um mau livro é capaz de produzir fenômenos ainda mais espantosos. Acresce que, enquanto aos olhos carnais do bacharel aparecia em toda a sua espessura a grenha de Lopo Alves, fugiam-lhe ao espírito os fios de ouro que ornavam a formosa cabeça de Cecília; via-a com os olhos azuis, a tez branca e rosada, o gesto delicado e gracioso, dominando todas as demais damas que deviam estar no salão da viúva Meneses. Via aquilo, e ouvia mentalmente a música, a palestra, o soar dos passos, e o ruge-ruge das sedas; enquanto a voz rouquenha e sensaborona de Lopo Alves ia desfiando os quadros e os diálogos, com a impassibilidade de uma grande convicção.
Voava o tempo, e o ouvinte já não sabia a conta dos quadros. Meia-noite soara desde muito; o baile estava perdido. De repente, viu Duarte que o major enrolava outra vez o manuscrito, erguia-se, empertigava-se, cravava nele uns olhos odientos e maus, e saía arrebatadamente do gabinete. Duarte quis chamá-lo, mas o pasmo tolhera-lhe a voz e os movimentos. Quando pôde dominar-se, ouviu o bater do tacão rijo e colérico do dramaturgo na pedra da calçada.
Foi à janela; nada viu nem ouviu; autor e drama tinham desaparecido.
— Por que não fez ele isso a mais tempo? — disse o rapaz suspirando.
O suspiro mal teve tempo de abrir as asas e sair pela janela fora, em demanda do Rio Comprido, quando o moleque do bacharel veio anunciar-lhe a visita de um homem baixo e gordo.
— A esta hora? — exclamou Duarte.
— A esta hora, — repetiu o homem baixo e gordo, entrando na sala. A esta ou a qualquer hora, pode a polícia entrar na casa do cidadão, uma vez que se trata de um delito grave.
— Um delito!
— Creio que me conhece...
— Não tenho essa honra.
— Sou empregado na polícia.
— Mas que tenho eu com o senhor? de que delito se trata?
— Pouca coisa: um furto. O senhor é acusado de ter subtraído uma chinela turca. Aparentemente não vale nada ou vale pouco a tal chinela. Mas há chinela e chinela. Tudo depende das circunstâncias.
O homem disse isto com um riso sarcástico, e cravando no bacharel uns olhos de inquisidor. Duarte não sabia sequer da existência do objeto roubado. Concluiu que havia equívoco de nome, e não se zangou com a injúria irrogada à sua pessoa, e de algum modo à sua classe, atribuindo-se-lhe a ratonice. Isto mesmo disse ao empregado da polícia, acrescentando que não era motivo, em todo caso, para incomodá-lo a semelhante hora.
— Há de perdoar-me, — disse o representante da autoridade. A chinela de que se trata vale algumas dezenas de contos de réis; é ornada de finíssimos diamantes, que a tornam singularmente preciosa. Não é turca só pela forma, mas também pela origem. A dona, que é uma de nossas patrícias mais viajeiras, esteve, há cerca de três anos no Egito, onde a comprou a um judeu. A história, que este aluno de Moisés referiu acerca daquele produto da indústria muçulmana, é verdadeiramente miraculosa, e, no meu sentir, perfeitamente mentirosa. Mas não vem ao caso dizê-la. O que importa saber é que ela foi roubada e que a polícia tem denúncia contra o senhor.
Neste ponto do discurso, chegara-se o homem à janela; Duarte suspeitou que fosse um doido ou um ladrão. Não teve tempo de examinar a suspeita, porque dentro de alguns segundos, viu entrar cinco homens armados, que lhe lançaram as mãos e o levaram, escada abaixo, sem embargo dos gritos que soltava e dos movimentos desesperados que fazia. Na rua havia um carro, onde o meteram à força. Já lá estava o homem baixo e gordo, e mais um sujeito alto e magro, que o receberam e fizeram sentar no fundo do carro. Ouviu-se estalar o chicote do cocheiro e o carro partiu à desfilada.
— Ah! ah! — disse o homem gordo. Com que então pensava que podia impunemente furtar chinelas turcas, namorar moças louras, casar talvez com elas... e rir ainda por cima do gênero humano.
Ouvindo aquela alusão à dama dos seus pensamentos, Duarte teve um calafrio. Tratava-se, ao que parecia, de algum desforço de rival suplantado. Ou a alusão seria casual e estranha à aventura? Duarte perdeu-se num cipoal de conjeturas, enquanto o carro ia sempre andando a todo galope. No fim de algum tempo, arriscou uma observação.
— Quaisquer que sejam os meus crimes, suponho que a polícia...
— Nós não somos da polícia, — interrompeu friamente o homem magro.
— Ah!
— Este cavalheiro e eu fazemos um par. Ele, o senhor e eu fazemos um terno. Ora, terno não é melhor que par; não é, não pode ser. Um casal é o ideal. Provavelmente não me entendeu?
— Não, senhor.
— Há de entender logo mais.
Duarte resignou-se à espera, enfronhou-se no silêncio, derreou o corpo, e deixou correr o carro e a aventura. Obra de cinco minutos depois estacavam os cavalos.
— Chegamos, — disse o homem gordo.
Dizendo isto, tirou um lenço da algibeira e ofereceu-o ao bacharel para que tapasse os olhos. Duarte recusou, mas o homem magro observou-lhe que era mais prudente obedecer que resistir. Não resistiu o bacharel; atou o lenço e apeou-se. Ouviu, daí a pouco, ranger uma porta; duas pessoas, — provavelmente as mesmas que o acompanharam no carro, — seguraram-lhe as mãos e o conduziram por uma infinidade de corredores e escadas. Andando, ouvia o bacharel algumas vozes desconhecidas, palavras soltas, frases truncadas. Afinal pararam; disseram-lhe que se sentasse e destapasse os olhos. Duarte obedeceu; mas ao desvendar-se, não viu ninguém mais.
Era uma sala vasta, assaz iluminada, trastejada com elegância e opulência. Era talvez sobreposse a variedade dos adornos; contudo, a pessoa que os escolhera devia ter gosto apurado.
Os bronzes, charões, tapetes, espelhos, — a cópia infinita de objetos que enchiam a sala, era tudo da melhor fábrica. A vista daquilo restituiu a serenidade de ânimo ao bacharel; não era provável que ali morassem ladrões.
Reclinou-se o moço indolentemente na otomana... Na otomana! Esta circunstância trouxe à memória do rapaz o principio da aventura e o roubo da chinela. Alguns minutos de reflexão bastaram para ver que a tal chinela era já agora mais que problemática. Cavando mais fundo no terreno das conjeturas, pareceu-lhe achar uma explicação nova e definitiva. A chinela vinha a ser pura metáfora; tratava-se do coração de Cecília, que ele roubara, delito de que o queria punir o já imaginado rival. A isto deviam ligar-se naturalmente as palavras misteriosas do homem magro: o par é melhor que o terno; um casal é o ideal.
— Há de ser isto, — concluiu Duarte; mas quem será esse pretendente derrotado?
Neste momento abriu-se uma porta do fundo da sala e negrejou a batina de um padre alvo e calvo. Duarte levantou-se, como por efeito de uma mola. O padre atravessou lentamente a sala, ao passar por ele deitou-lhe a bênção, e foi sair por outra porta rasgada na parede fronteira. O bacharel ficou sem movimento, a olhar para a porta, a olhar sem ver, estúpido de todos os sentidos. O inesperado daquela aparição baralhou totalmente as idéias anteriores a respeito da aventura. Não teve tempo, entretanto, de cogitar alguma nova explicação, porque a primeira porta foi de novo aberta e entrou por ela outra figura, desta vez o homem magro, que foi direito a ele e o convidou a segui-lo. Duarte não opôs resistência. Saíram por uma terceira porta, e, atravessados alguns corredores mais ou menos alumiados, foram dar a outra sala, que só o era por duas velas postas em castiçais de prata. Os castiçais estavam sobre uma mesa larga. Na cabeceira desta havia um homem velho que representava ter cinqüenta e cinco anos; era uma figura atlética, farta de cabelos na cabeça e na cara.
— Conhece-me? — perguntou o velho, logo que Duarte entrou na sala.
— Não, senhor.
— Nem é preciso. O que vamos fazer exclui absolutamente a necessidade de qualquer apresentação. Saberá em primeiro lugar que o roubo da chinela foi um simples pretexto...
— Oh! decerto! — interrompeu Duarte.
— Um simples pretexto, — continuou o velho, para trazê-lo a esta nossa casa. A chinela não foi roubada; nunca saiu das mãos da dona. João Rufino, vá buscar a chinela.
O homem magro saiu, e o velho declarou ao bacharel que a famosa chinela não tinha nenhum diamante, nem fora comprada a nenhum judeu do Egito; era, porém, turca, segundo se lhe disse, e um milagre de pequenez. Duarte ouviu as explicações, e, reunindo todas as forças, perguntou resolutamente:
— Mas, senhor, não me dirá de uma vez o que querem de mim e o que estou fazendo nesta casa?
— Vai sabê-lo, — respondeu tranqüilamente o velho.
A porta abriu-se e apareceu o homem magro com a chinela na mão. Duarte, convidado a aproximar-se da luz, teve ocasião de verificar que a pequenez era realmente miraculosa. A chinela era de marroquim finíssimo; no assento do pé, estufado e forrado de seda cor azul, rutilavam duas letras bordadas a ouro.
— Chinela de criança, não lhe parece? — disse o velho.
— Suponho que sim.
— Pois supõe mal; é chinela de moça.
— Será; nada tenho com isso.
— Perdão! Tem muito, porque vai casar com a dona.
— Casar! — exclamou Duarte.
— Nada menos. João Rufino, vá buscar a dona da chinela.
Saiu o homem magro, e voltou logo depois. Assomando à porta, levantou o reposteiro e deu entrada a uma mulher, que caminhou para o centro da sala. Não era mulher, era uma sílfide, uma visão de poeta, uma criatura divina.
Era loura; tinha os olhos azuis, como os de Cecília, extáticos, uns olhos que buscavam o céu ou pareciam viver dele. Os cabelos, deleixadamente penteados, faziam-lhe em volta da cabeça um como resplendor de santa; santa somente, não mártir, porque o sorriso que lhe desabrochava os lábios, era um sorriso de bem-aventurança, como raras vezes há de ter tido a terra.
Um vestido branco, de finíssima cambraia, envolvia-lhe castamente o corpo, cujas formas aliás desenhava, pouco para os olhos, mas muito para a imaginação.
Um rapaz, como o bacharel, não perde o sentimento da elegância, ainda em lances daqueles. Duarte, ao ver a moça, compôs o chambre, apalpou a gravata e fez uma cerimoniosa cortesia, a que ela correspondeu com tamanha gentileza e graça, que a aventura começou a parecer muito menos aterradora.
— Meu caro doutor, esta é a noiva.
A moça abaixou os olhos; Duarte respondeu que não tinha vontade de casar.
— Três coisas vai o senhor fazer agora mesmo, — continuou impassivelmente o velho: a primeira, é casar; a segunda, escrever o seu testamento; a terceira engolir droga do Levante...
— Veneno! — interrompeu Duarte.
— Vulgarmente é esse o nome; eu dou-lhe outro: passaporte do céu.
Duarte estava pálido e frio. Quis falar, não pôde; um gemido, sequer, não lhe saiu do peito. Rolaria ao chão, se não houvesse ali perto uma cadeira em que se deixou cair.
— O senhor, v continuou o velho, tem uma fortunazinha de cento e cinqüenta contos. Esta pérola será a sua herdeira universal. João Rufino, vá buscar o padre.
O padre entrou, o mesmo padre calvo que abençoara o bacharel pouco antes; entrou e foi direto ao moço, engrolando sonolentamente um trecho de Neemias ou qualquer outro profeta menor; travou-lhe da mão e disse:
— Levante-se!
— Não! Não quero! Não me casarei!
— E isto? — disse da mesa o velho, apontando-lhe uma pistola.
— Mas então é um assassinato?
— É; a diferença está no gênero de morte: ou violenta com isto, ou suave com a droga. Escolha!
Duarte suava e tremia. Quis levantar-se e não pôde. Os joelhos batiam um contra o outro. O padre chegou-se-lhe ao ouvido, e disse baixinho:
— Quer fugir?
— Oh! Sim! — exclamou, não com os lábios, que podia ser ouvido, mas com os olhos em que pôs toda a vida que lhe restava.
— Vê aquela janela? Está aberta; embaixo fica um jardim. Atire-se dali sem medo.
— Oh! Padre! — disse baixinho o bacharel.
— Não sou padre, sou tenente do exército. Não diga nada.
A janela estava apenas cerrada; via-se pela fresta uma nesga do céu, já meio claro. Duarte não hesitou, coligiu todas as forças, deu um pulo do lugar onde estava e atirou-se a Deus misericórdia por ali abaixo. Não era grande altura, a queda foi pequena; ergueu-se o moço rapidamente, mas o homem gordo, que estava no jardim, tomou-lhe o passo.
— Que é isso? — perguntou ele rindo.
Duarte não respondeu, fechou os punhos, bateu com eles violentamente nos peitos do homem e deitou a correr pelo jardim fora. O homem não caiu; sentiu apenas um grande abalo; e, uma vez passada a impressão, seguiu no encalço do fugitivo. Começou então uma carreira vertiginosa. Duarte ia saltando cercas e muros, calcando canteiros, esbarrando árvores, que uma ou outra vez se lhe erguiam na frente. Escorria-lhe o suor em bica, alteava-se-lhe o peito, as forças iam a perder-se pouco a pouco; tinha uma das mãos feridas, a camisa salpicada do orvalho das folhas, duas vezes esteve a ponto de ser apanhado, o chambre pegara-se-lhe em uma cerca de espinhos. Enfim, cansado, ferido, ofegante, caiu nos degraus de pedra de uma casa, que havia no meio do último jardim que atravessara.
Olhou para trás; não viu ninguém, o perseguidor não o acompanhara até ali. Podia vir, entretanto; Duarte ergueu-se a custo, subiu os quatro degraus que lhe faltavam, e entrou na casa, cuja porta, aberta, dava para uma sala pequena e baixa.
Um homem que ali estava, lendo um número do Jornal do Comércio, pareceu não o ter visto entrar. Duarte caiu numa cadeira. Fitou os olhos no homem. Era o major Lopo Alves.
O major, empunhando a folha, cujas dimensões iam-se tornando extremamente exíguas, exclamou repentinamente:
— Anjo do céu, estás vingado! Fim do último quadro.
Duarte olhou para ele, para a mesa, para as paredes, esfregou os olhos, respirou à larga.
— Então! Que tal lhe pareceu?
— Ah! excelente! — respondeu o bacharel, levantando-se.
— Paixões fortes, não?
— Fortíssimas. Que horas são?
— Deram duas agora mesmo.
Duarte acompanhou o major até à porta, respirou ainda uma vez, apalpou-se, foi até à janela. Ignora-se o que pensou durante os primeiros minutos; mas, a cabo de um quarto de hora, eis o que ele dizia consigo: — Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma grave lição: provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no palco.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Película de español - Tema: Cumpleanõs

Personajes principales:

*Juan Miguel (hermano de Mía): un chico rebelde que le gusta pasar el rato con sus amigos y beber, sobre todo con el mejor amigo de Leonardo – Lucas.
*Mía (hermana de Juan Miguel): Una niña mimada que le encanta meterse en la vida de su hermano. Le encanta estar con su mejor amiga, Lupita - Bárbara
*Lupita (hermana de Leonardo y mejor amiga de Mía): es un gran amigo, que vive con salida y peleas entre Mía juan - Aline
*Leonardo (hermano de Lupita y mejor amigo de Juan Miguel) es un chico tímido, pero que sale cuando está con su mejor amigo Juan - Emerson
Apariciones especiales
*La criada
*La camarera
*Los invitados a la fiesta
Escenario:
Una casa donde Mía y Juan van a vivir.
Un cuarto para cada uno.
Una Casa donde Lupita y Leonardo van a vivir.
Un patio para hacer la fiesta.
Un Bar
Historia: Dos hermanos que se pelean mucho, cambian de cuerpo en el día de su cumpleaños. Mientras tanto sus mejores amigos están preparando una fiesta sorpresa de cumpleanõs.

Diálogo:
Escena 1
Mía en el desayuno está sentada a la mesa cuando el hermano, que no había dormido en casa, llega borracho.
-Mia: ¿Dónde estabas?¿por qué no dormiste en casa?
-Juan: Buenos días a ti también, querida hermana. (él trata de abrazarla, pero ella lo empuja.)
-Mia: ¡ y, además, estás borracho! ¿Cuándo dejarás esta vida? ¿no perdonas ni el día de nuestro cumpleaños?
-Juan: ¡Olvídate de mí, insoportable!
Los dos empiezan a discutir y la criada, que todo lo ve, decide poner un tranquilizante en el jugo de los dos. Pero yerra en la dosis y pone mucho, y además sirve el jugo a los dos.
-Juan: Me tomo mi jugo y me voy, porque no puedo soportar tu presencia. (toma el jugo, pero siente mucho sueño) ¡Quiero decir ... voy a dormir porque me dio un sueño! (Bosteza y se dirige al cuarto)
-Mia: ¡esto, vete a dormir! (ella toma el jugo y también siente sueño) Creo que voy a tomar una siesta demasiado.
Después los dos se durmieron, como magia, cambian de cuerpo.
Escena 2
Leonardo y Lupita deciden hacer una fiesta sorpresa para sus amigos.
-Lu: Voy a llamarle para desearle feliz cumpleaños a Mía.
-Leo: Le voy a llamar a Juan, es también su cumpleaños.
-Lu: ¡Me ocurrió una idea! Podríamos hacer una fiesta sorpresa para ellos aquí en nuestra casa. ¿qué te parece?
-Leo: ¡gran idea!
-Lu: Voy a llamarla y comprar la torta.
-Leo: Voy a llamarlo y a nuestros amigos.
Lupita agarra el teléfono y llama a Mía.
Escena 3
Mía se despierta con el teléfono.
-Mia: ¡Mierda ... Esa música cursi! ¿Quién puso esto en mi teléfono? (contesta el teléfono) ¡ Hola!
-Lu: amiga ¡Feliz cumpleaños!
-Mia: ¿Amiga? ¡No entiendo nada, pero gracias de los todos modos!
-Lu: ¿Ven a mi casa hoy?
-Mia: sí sí
-Lu: ¿estás bien?
-Mia: ¡ Yo creo que sí!
-Lu: ¡ hasta más tarde!
-Mia: ¡ hasta más tarde! (Mía cuelga sin decir adiós y se pregunta) ¿Por qué ella me llamó y no por mi hermana? (Ella se levanta y va al baño)
Escena 4
-Lu: Qué raro, ella estaba distinta al teléfono.
-Le: ¡Debe ser tu impresión!
-Lu: ¡debería ser sí!
Escena 5
Mía va al baño a hacer pis, ella ve algo muy extraño y volvió para mirarse en el espejo.
-Mia: ¡Droga! ¡ Estoy en el cuerpo de mi hermana! ¿Me estoy volviendo loco? ¡ Necesito una cerveza! (Mía pone el tenis, va a la nevera, agarra una cerveza, toma un sorbo y deja sobre la mesa.) ¡ Creo que necesito algo más fuerte! (y se va)
Escena 6
Suena el teléfono de Juan, y el sonido es muy pesado. él pone la almohada sobre su cabeza, pero fue en vano.
-Juan: ¡Hola!
-Leo: Hey Juan, ¿cómo estás?
-Juan: ¿Léo? ¿por qué me llamas?
-Leo: ven a mi casa más tarde para salir. ¡Hasta más tarde!
-Juan: Pero... (Leo cuelga el teléfono) ¡ Que grosero! (Coloca el teléfono sobre la cama, va al baño y se asusta cuando se mira en el espejo)
-Juan: Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah... ¡ayuda! ¿qué debo hacer? ¡ Nunca voy a salir de casa! (Juan va a la cama, se tapa hasta la cabeza y se pone a llorar)
Escena 7
Mía está en un bar con una botella de alcohol totalmente borracha.
-Mia: Camarera, traígame uno más.
-Camarera: ¡Ya no puedo servirla, usted está muy borracha!
Mía toma el dinero de su bolsillo, lo pone sobre la mesa y sale.
-Mia: ¡mierda de lugar!
Escena 8
Lupita y Leo terminaron de arreglar la fiesta y los invitados empiezan a llegar.
-Lu: ¡Hola! ¿Cómo están?
La gente llega y se sienta.
-Leo: ¿ellos (sin el “se”) tardarán en llegar?
-Lu: ¡Yo no sé!
Escena 9
Léo telefonea a Juan.
-Juan: ¡Hola!
-Leo: ¿tú no vienes?
-Juan: ¡no!
-Leo: ¿Cómo es eso? ¡ Yo voy a tu casa, vienes sí! (ellos cuelgan el teléfono)
-Juan: ¡Mierda! ¿qué hago ahora?
Escena 10
Leo está saliendo, cuando llega Mía.
-Mia: hey hermano, ¿vamos a salir?
-Leo: ¿Salir? ¡Mi hermana te espera , entra!
-Mia: ¡Es verdad!
Léo sale y Mía entra.
-Mia: ¡llegué! (Mía tropieza y cae, todos paran y miran fijamente en ella, que se levanta rápidamente) ¡ Estoy bien! ¡ Vaya, cuánta gente!!
-Lu: ¡Sorpresa! ¡Feliz cumpleaños!
(Mia se echa a reír sin parar)
-Lu: ¿qué bebiste?
-Mia: Fue sólo un poquito.
-Lu: ¡No creo que lo hiciste!
-Mia: ¡No quiero sermones! ¡Quiero divertirme! (sale, va hacia la gente que estaba bailando y comienza a bailar.)
-Lu: ¡Ella no está bien hoy!
Escena 11
-Leo: ¡vamos, levántate!
-Juan: ¡No voy!
-Leo: ah, te vas ya! (Leo quita la manta, va al armario y coge una ropa para él.) sin retraso.
-Juan: ¡Bueno! ¡Bueno! (se levanta, coge su ropa y va al baño. en el baño toca la puerta y se pregunta.) Oh, Díos mío, ¿qué hago?
Leo llama en la puerta y le grita.
-Leo: ¡Vamos! ¡Vamos!
Juan coge su ropa y empieza a vestirse
Escena 12
Juan y Leo llegan en la fiesta y Mía viene en dirección a ellos.
-Mia: ¡Hola hermanito!
-Juan: ¿Estás borracho? quiero decir...¿borracha?
-Mia: ¡Siuuuuuuuu! ¡No se lo digas a nadie!
-Juan: ¡ No se lo diré a nadie! (muy enojado) pero tú tienes que controlarte. Todos se están dando cuenta de que algo nos pasó a nosotros dos.
-Mia: ¡no me molestes!
-Juan: no me molestes, ¡tú! chico ... chica insoportable, ah, ¡lo que sea!
Leonardo y Lupita llegan para calmar la pelea.
-Lu: ustedes pueden entenderse, ¿por favor? ¡todos están viendo la pelea de ustedes!
-Leo: Ustedes están haciendo diecisiete años, ya no son niños para pelearse de esta manera.
-Lu: hagan las paces, porque dentro de poco vamos a cantar el feliz cumpleaños.
(lupita y Leo salen)
-Juan: ¿discúlpame por ser aburrida? ¡Lo hago porque te amo!
-Mia: ¡Lo siento por las cosas que hice mal! ¡ No quise hacerte daño!
(los dos se abrazan)
-Juan: ¡Te amo mucho, mi hermano!
-Mia: ¡También te amo mucho, mi hermana!
(los dos comienzan a reír)
-Lu: ¿vamos a cantar el cumpleaños feliz?
(los dos se van de la mano en la dirección de la mesa)
Escena 13
(Todos cantan el feliz cumpleaños)
-Todos: cumpleaños feliz, te deseamos a ti, que los pases muy bien. cumpleaños feliz. ♫
(los dos soplan las velas, y como magia, cambian de cuerpo otra vez. cuando perciben el cambio, se abrazan y ríen.)
-Juan: ¡vamos a disfrutar de la fiesta!
(todos bailan y disfrutan de la fiesta)
¡Fin!


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

PEQUEÑOS TEXTOS

Mi gallina

Mi gallina es muy bonita. Yo le echo siempre de comer.
Un día se me perdió y mi padre fue a buscarla. Estaba
poniendo un huevo

1º Contesta:
¿Qué estaba poniendo la gallina?
¿Quién la buscaba?
¿Cómo es mi gallina?
¿Quién le echa siempre de comer?
¿Cómo se titula la lectura?
2º Completa:
Yo le echo de .
3º Escribe Verdadero o Falso.
Estaba poniendo un huevo.
Mi gallina es muy fea.
Yo fui a buscarla.
4º Escribe las tres palabras con b de la lectura.
5º Escribe una frase con gallina y huevo.

El payaso

Ayer estuve en el circo con mi familia. Salió un payaso
con un pantalón rojo. A mi hermano le dio miedo y nos
fuimos.

1º Contesta:
¿Cómo se titula la lectura?
¿De qué color era el pantalón del payaso?
¿En dónde estuve ayer?
¿Qué le dio a mi hermano?
¿Con quién estuve en el circo?
2º Completa:
Salió un con un rojo.
3º Escribe Verdadero o Falso.
Hoy estuve en el circo.
Salió un mago.
A mi prima le dio miedo.
4º Escribe las dos palabras con f de la lectura.
5º Escribe una frase con la palabra payaso.

El pastelero

El pastelero fabrica los dulces. Primero hace la masa.
Después los mete en el horno. Al final les echa azúcar,
nata y chocolate.
1º Contesta:
¿Qué fabrica el pastelero?
¿Qué hace primero?
¿En dónde los mete después?
¿Quién fabrica los dulces?
¿Cómo se titula la lectura?
2º Completa:
A final les echa , y .
3º Escribe Verdadero o Falso.
El pastelero hace pan.
Les echa azúcar.
Primero los mete en el horno.
4º Escribe las dos palabras con h de la lectura.
5º Escribe una frase con la palabra horno.

El verano

En verano brilla el sol. Hace mucho calor y vamos a la playa.
Me pongo moreno. No me quemo porque mi madre me echa
crema. A Pedro le gusta el verano.
1º Contesta:
¿Cómo se titula la lectura?
¿A dónde vamos en verano?
¿Por qué no me quemo?
¿Quién me echa crema?
¿A quién le gusta el verano?
2º Completa:
En brilla el .
3º Escribe Verdadero o Falso.
Mi padre me echa crema.
Hace mucho frío.
Vamos al campo.
4º Escribe las dos palabras con g de la lectura.
5º Escribe una frase con las palabras verano y playa.


La gata de Marina se manchó en el jardín. La mancha
era de chocolate y su madre lo bañó enseguida. Le echó
un champú con olor a rosas. Desde aquel día la
llamamos Rosita.

1º Contesta:
Inventa un título para la lectura.
¿Qué le pasó a la gata?
¿De qué se manchó?
¿A qué olía el champú?
¿Cómo se llama la gata de Marina?
2º Completa:
La de Marina se manchó en el .
3º Escribe Verdadero o Falso.
La gata es de María.
La mancha era de chocolate.
La gata se llama Rosita.
4º Hay una palabra con m antes de p. Escríbela.
5º Escribe una frase con la palabra anterior.

La calle tiene una casa,

la casa tiene una ventana,
la ventana tiene un niño,
el niño una hermosa flor.
1º Contesta:
¿Qué tiene la calle?
¿Qué hay en la casa?
¿Qué hay en la ventana?
¿Quién tiene una hermosa flor?
¿Dónde hay una casa?
2º Completa:
La tiene un .
3º Escribe Verdadero o Falso.
La calle tiene un buzón.
La casa tiene una ventana.
El niño tiene una pequeña flor.
4º Hay dos palabras con c. Escríbelas.
5º Escribe una frase con cada palabra anterior.

Mi perro tiene el pelo blanco y el cuello negro. Tiene una
caseta en el jardín de mi casa. Vigila mi casa y ladra cuando
se acerca alguien que no conoce. Le gustan los huesos y jugar
con la pelota.

1º Contesta:
¿Cómo es mi perro?
¿Dónde vive?
¿Cuándo ladra?
Además de jugar, ¿qué le gusta?
Inventa un título para la lectura.
2º Completa:
Tiene una en el .
3º Escribe Verdadero o Falso.
Tiene el cuello blanco.
Duerme dentro de mi casa.
Le gusta la carne.
4º Hay dos palabras con j. Escríbelas.
5º Haz un dibujo del
perro de la lectura.

Maria es una niña andaluza.

Vive con sus padres en un
pueblo de Málaga. Su casa esta pintada de color blanco como
todas las de demás. En verano es la feria de su pueblo y
hacen una fiesta en la plaza que está cerca del pozo.
1º Contesta:
¿Quién es María?
¿Dónde vive?
¿De qué color está pintada su casa?
¿Por qué hacen una fiesta en la plaza?
¿En qué estación es la feria de su pueblo?
2º Completa:
es una niña .
3º Escribe Verdadero o Falso.
Su casa es de color blanco.
María es malagueña.
La feria es en primavera.
4º Busca en la lectura tres palabras con z y escríbelas.
5º Haz un dibujo de lo
que está cerca de la
plaza del pueblo.

La harina se hace moliendo los granos de trigo.
El trigo es
una planta que cuando es pequeña es una matita de color
verde. En verano ya ha crecido y se pone de color amarillo.
Después se siega y se recoge para hacer la harina.

1º Contesta:
¿Qué sacamos del trigo?
¿Cómo es cuando su color es amarillo?
¿De qué color se pone en verano?
¿Qué hacemos con el trigo cuando se pone amarillo?
Inventa un título para la lectura.
2º Completa:
La se hace moliendo los granos de .
3º Escribe Verdadero o Falso.
Con trigo se hace harina.
En verano es de color verde.
El trigo es una planta.
4º Busca en la lectura un nombre de planta y escribe una
frase con ella.
5º Busca el la lectura una palabra que signifique lo
contrario de:
Grande:

Azul cielo son sus ojos,
el pelo como el carbón,
piel morena por el sol,
y un lazo verde en su pelo.
Así es mi prima Lucía,
que es la hija de mi tía.

1º Contesta:
¿De qué color son sus ojos?
¿Qué tiene en el pelo?
¿Es su pelo del mismo color que el tuyo?
¿Qué relación hay entre Lucía y yo?
Inventa un título para la poesía.
2º Escribe Verdadero o Falso.
Lucía es mi hermana.
Tiene el pelo rubio.
Lucía es la hija de mi tía.
3º Busca en la lectura cuatro palabras que tengan la letra
r y escríbelas.
En las cuatro palabras que has buscado, Escribe una en
que la r suena suave?
4º Haz un dibujo de la
cara de Lucía.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

A tecnologia do abraço - Por um matuto mineiro

Esse texto pode ser trabalhado com gênero regional.



O matuto falava tão calmamente, que parecia medir, analisar e meditar sobre cada palavra que dizia...
- É... das invenção dos homi, a que mais tem sintido é o abraço.
O abraço num tem jeito di um só aproveitá! Tudo quanto é gente, no abraço, participa uma beradinha...
Quando ocê tá danado de sordade, o abraço de arguém ti alivia...
Quando ocê tá cum muita raiva, vem um, te abraça e ocê fica inté sem graça di continuá cum raiva...
Si ocê tá feliz e abraça arguém, esse arguém pega um poquim da sua aligria...
Si arguém tá duente, quando ocê abraça ele, ele começa a miorá, i ocê miora junto tamém...
Muita gente importante e letrado já tentô dá um jeito de sabê purquê qui é, qui o abraço tem tanta tequilonogia, mas ninguém inda discubriu... Mas, iêu sei!
Foi um isprito bão de Deus qui mi contô..... Iêu vô contá procêis u qui foi quele mi falô:
O abraço é bão pur causa do Coração...
Quando ocê abraça arguém, fais massage no coração!...
I o coração do ôto é massagiado tamém! Mas num é só isso, não...
Aqui tá a chave do maió segredo de tudo:
É qui, quando nóis abraça arguém, nóis fica cum dois coração no peito!...
INTONCE...
UM ABRAÇO PRÔ CÊ!!!!

voarrrrrrr...

É gente...como dizia a letra de uma canção : sonhar não custa nada...
Então sonhemos!!!
Dani -_-

Voar é com os pássaros
Sonhar é com a gente
porque eles têm asas
e nós temos a mente
que nos permite voar
de um jeito bem diferente
ir - sem sair do lugar -
ao futuro lá na frente
e além de ir, enfeitar,
construir e habitar
uma realidade...

a gente sonha dormindo
e mais ainda acordado
e nos sonhos tudo é lindo
bom, gostoso, desejado
o sonho é a fotografia
de um tempo muito esperado
que dorme dentro da gente
sonhando ser acordado
... o sonho é a expressão
do nosso mundo sonhado

!DESAHOGUESE, HOMBRE!


Las cosas ya no son lo que eran. Antes, lo que hacía uno cuando estaba angustiado era ir al confesionario, y salía como nuevo. Con la ventaja añadida de que, si justo en la puerta de la iglesia sufrías un accidente mortal, ibas directamente al cielo. Ahora esto ya no se lleva, por eso surgen iniciativas como el Cry Bar (bar de llanto), que es un sitio donde puedes ir, literalmente, a echar la llorada. Por un precio bajo, con consumición incluida.
¿Y dónde han montado semejante invento? Pues no, no es en Estados Unidos, que sería lo más lógico. Ha sido en China, porque los chinos, a la hora de montar historias raras, también se quedan solos. El padre de la criatura es un tal Luo Jun, que antes de dedicarse a la hostelería llevaba una agencia matrimonial. Claro, al ver tanto drama, el empresario llegó a la conclusión de que sus clientes tenían ganas de llorar, pero no encontraban el cómo ni el cuándo. Así que montó el bar: en él, además de los productos normales de un bar, pinchan siempre música triste, tienen montañas de kleenex a disposición de la clientela, y también cebolla, gotas de mentol y pimienta roja para forzar el llanto si no te sale a la primera. Además, muñecas de trapo y vasos preparados para tirarlos contra la pared si la tristeza se junta con un ataque de mala leche. Aunque el camarero/a debe de ser la cosa más comprensiva del mundo, yo creo que al bar le faltaría un servicio tipo "Teleamigos". Como en el anuncio: te ha dejado tu novia, estás muy triste, llamas, viene alguien con cervezas y te abraza: hola, soy Paco, tu mejor amigo. Y luego le lloras en el hombro un rato. Eso sí, con el rabillo del ojo en el reloj, ya que Paco debe de cobrar por horas. En Estados Unidos, a pesar de que la idea no ha sido suya, digo yo que no tardarán mucho en copiar la idea. Estaría muy bien un bar de esos en Texas, para que Bush volviese a darse a la bebida después de haber perdido las elecciones (la esperanza es lo último que se pierde). En España, en cambio, no creo que el invento tuviese éxito. Porque los chinos se creen muy modernos, pero esto aquí se ha hecho toda la vida. Los camareros han sido siempre confesores, amigos, psicólogos y lo que hiciera falta. Lo que pasa es que a nadie se le ha ocurrido sacar partido de eso, porque aún nos falta mentalidad empresarial.
Como terapia, el Cry Bar no está mal. Aunque es, como suelen ser estas cosas, un invento para ricos. Porque viendo los precios ya no te hace falta ni la cebolla ni la pimienta ni nada: te pones a llorar directamente. Una hora te sale por unos cinco euros, con lo cual si te encierras en el baño de tu casa o te sientas en un banco del parque -es decir, usas el método tradicional- tienes la ventaja de que, además de desahogarte, estás ahorrando. El teléfono de la esperanza te sale gratis, y un cartón de vino está al alcance de cualquier bolsillo. Con un poco de organización, en un día malo puedes ahorrar más de noventa euros, que no son de perder.
Supongo que el Cry Bar se irá refinando con el tiempo, llegando a dar premios al llorón del mes, ofertas del dos por uno (paga una copa e invita gratis a un amigo para que te aguante) o, como apuntaban en un foro de Internet, crear una tarifa plana, para crisis especialmente gordas. El que no se desahogue, que sea porque no quiere.
Pensándolo mejor, con lo caro que está el psicólogo, quizá deberían montarse aquí llorabares estatales. Más vale soltar una lagrimita y marcharse relajado para casa, que pagar luego la frustración con la familia, los empleados o el cajero del súper cuando se equivoca con la vuelta. Sería, además el final del macho ibérico, ése que no llora nunca y todo lo arregla a golpes (está en peligro de extinción, sí, pero no vendría mal un empujoncito).
Ya veo las campañas de televisión: Desahóguese, hombre, y comparta los kleenex.
Sus lágrimas están cambiando España.

POESIAS


terça-feira, 7 de setembro de 2010

PEDRO BANDEIRA

PEDRO BANDEIRA
UM POUCO SOBRE O AUTOR

Nascido em Santos, São Paulo, em 1942, Pedro Bandeira mudou-
se para a cidade de São Paulo em 1961. Trabalhou em teatro
profissional como ator, diretor e cenógrafo. Foi redator, editor e
ator de comerciais de televisão. A partir de 1983 tornou-se exclusivamente
escritor. Sua obra, direcionada a crianças e jovens, reúne
contos, poemas e narrativas de diversos gêneros. Entre elas, estão:
É proibido miar, Malasaventuras — safadezas do Malasarte,
O fantástico mistério de Feiurinha, Cavalgando o arco-íris, O mistério
da fábrica de livros, Pântano de sangue, Anjo da morte, A
droga do amor, Agora estou sozinha..., A droga da obediência,
Droga de americana! e A marca de uma lágrima. Recebeu vários
prêmios, como Jabuti, APCA, Adolfo Aizen e Altamente Recomendável,
da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

RESENHA
“Prestem atenção no que eu digo,
pois eu não falo por mal:
os muito adultos que me perdoem,
mas infância é sensacional!”
Vocês já esqueceram, eu sei.
Por isso eu vou lhes lembrar:
pra que ver por cima do muro,
se é mais gostoso escalar?”
Será que alguém já se esqueceu de como é gostoso ser criança?
Criança que é um soldado corajoso na defesa nacional, que
não tem medo de injeção, muito menos de hospital! Criança que
quer a vida até o fundo, que quer aprender o mundo, que tem
de conviver com a insensatez dos adultos, que reconhece seus
pequenos erros, que reflete sobre brancos e negros, que questiona:
por que tudo neste mundo é feito para complicar? Enfim,
criança que tem vontade de dizer: mais respeito, eu sou criança!

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

Esta deliciosa antologia é dividida em três partes: “Eu comigo
mesmo”, em que a criança filosofa sobre seu próprio comportamento
e sentimentos; “Eu e os outros”, em que ela fala de suas
relações com os que a rodeiam, o pai, a mãe, o gatinho, o vizinho;
e “Eu e o que penso”, em que diz o que pensa sobre uma
série de assuntos importantes para ela: os dois lados da minhoca,
os números, as letras. Todos esses poemas, além de incentivarem
um processo de criação artística, propiciam um profícuo debate
sobre temas significativos para todos: o erro, o preconceito, a
questão da identidade, das expectativas com o futuro, os sonhos
e muitos outros.

Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Educação Artística

Temas Transversais: Ética, Pluralidade cultural, Meio ambiente

Público-alvo: Leitor fluente

PROPOSTAS DE ATIVIDADES

Antes da leitura:
1. Mostre à classe a capa do livro. Pergunte-lhes o que imaginam
que vão ler. Promova um debate sobre o conteúdo da frase: “Mais
respeito, eu sou criança!”. Eles se sentem desrespeitados às vezes?
Quando?
2. Observem juntos as ilustrações que compõem o livro para que
eles descubram que apenas três são compostas por silhuetas em
preto. Antecipe-lhes a subdivisão do sumário para que percebam
que essas ilustrações diferentes introduzem cada uma dessas partes.
A partir das imagens e do subtítulo, peça que explicitem as
expectativas que têm a respeito do conteúdo dos poemas.
3
Durante a leitura:
1. Peça que, durante a leitura dos poemas, verifiquem se as hipóteses
levantadas a respeito dos assuntos abordados em cada uma
das partes se confirmam.
2. Enquanto lêem os poemas, proponha que observem as ilustrações
para ver se reforçam o que o poema diz ou se elas sugerem
coisas diferentes.
3. Muitas vezes o leitor se identifica com um personagem de uma
história ou com alguma passagem que toca sua alma. Sugira que
pensem se alguma situação tratada nos poemas tem alguma coisa
em comum com sentimentos que já tenham experimentado
ou experiências que já tenham vivido.
Depois da leitura:
1. Muitas das situações descritas nos poemas são familiares às
crianças. Uma delas, por exemplo, é a do poema “Grande ou
pequeno?” Pergunte quem se sentiu retratado ali de alguma
forma e sugira que escrevam uma lista de coisas para as quais
eles são considerados grandes demais pelos adultos e uma
outra lista de coisas para as quais são considerados pequenos
demais.
2. Na última estrofe de “Não tenho medo de nada”, o personagem
diz:
“Mas eu só tenho coragem
quando estou na minha casa
bem seguro, aconchegado
no colinho da mamãe...”
Será que a personagem não tem medo de nada mesmo? Claro
que tem! Todo mundo tem medo.
Que tal descobrir de que têm medo as crianças e de que têm
medo os adultos? Será que os medos são diferentes ou iguais?
Depois de realizar a pesquisa, é só confrontar os resultados.
3. Releia com eles o poema “Os meus errinhos” e discuta: Quem
admite que já errou alguma vez? Nem sempre é fácil reconhecer
os próprios erros. Peça que escrevam um pequeno texto sobre
isso e que escolham para finalizá-lo uma das idéias apresentadas
em uma das estrofes do poema, mas escrita em prosa.
4
4. “Se alguém pensasse em mim,
soubesse que sou gente.
Falasse do que eu penso,
lembrasse do que eu faço,
pensasse no que eu faço,
soubesse por que me calo!”
Proponha que escrevam um texto (pode ser em versos) sobre si mesmos,
tentando responder às perguntas implícitas da estrofe acima.
5. Anairam é Mariana de trás para frente, diz o poema “A menina
Mariana”. Desafie-os a falarem seus nomes ao contrário. Algum
dos nomes permaneceram os mesmos? Por exemplo, ANA
ou ADA. Quando uma palavra ou expressão, ao serem lidas ao
contrário, permanecem iguais são chamadas de palíndromos. Será
que alguém conhece algum palíndromo? Exemplos de
palíndromos: ANILINA, OVO, LUZ AZUL, A TIRA DA RITA.
6. Em “Meus presentes de Natal”, o menino imagina presentes
muito especiais. Peça à classe que faça uma lista de presentes,
não daquilo que gostariam de ganhar, mas do que dariam à família
e aos amigos se fossem o Papai-Noel.
7. Pergunte-lhes se entenderam por que a mãe odeia a letra B
(“Minha mãe odeia o B”). Proponha-lhes que recriem o poema
trocando o B pelo C ou por outra letra. Por exemplo:
Se tem compota para o lanche,
ela sempre diz que não.
Se tem caramelo ou chocolate,
tem a mesma reação. (cajuzinho, cocada, creme de leite, ...)
8. Em “Perdeu-se um gatinho”, a menina diz que vai pendurar
uma faixa para encontrá-lo. Peça que eles escrevam o modelo
para essa faixa. Essa é uma prática bastante freqüente e parece
que bem-sucedida: um número grande de pessoas encontra seus
animais de estimação. Alguém conhece alguém que já fez isso?
9. O poema “É tudo tão complicado!” traz uma temática que
ficou muito famosa com o conto de Monteiro Lobato, Américo
Pisca-Pisca. Ele também queria reformar o mundo. Leia o conto
para a classe e depois peça que escrevam sobre aquilo que gostariam
de modificar se fossem os donos do mundo.
10. Façam um levantamento de todas as palavras que se transformam
em outras com um H, no poema “Maluquices do H”.
Desafie-os a encontrar outras (rola/rolha, mola/molha, pala/palha,
5
cala/calha, etc.). No embalo, que tal criar as maluquices da
cedilha que faz um “cocar” se “coçar” ou as maluquices do RR
que faz o carinho virar brinquedo?
11. Aproveite o poema “Quem sempre foi sempre será” para esclarecer
dúvidas quanto ao uso do -ão e do -am. Aqui fica bem claro
que o -ão é tônico, o -am, não. Que -ão indica futuro e -am, não.
Peça que preencham uma tabela, por exemplo, e assim por diante.
O que fizeram O que farão
no passado no futuro
Os linguarudos
Os políticos
Os ladrões
Os exemplos apresentados não são nada ingênuos e contêm uma
crítica bem “ardida”. Discuta com seus alunos se não pode haver
mudanças, pois se você aprende a lição, no futuro não o enganarão.
LEIA MAIS...
1. DO MESMO AUTOR
• Cavalgando o arco-íris — Editora Moderna, São Paulo
• Rosaflor e a Moura Torta — Editora Moderna, São Paulo
• Pequeno pode tudo — Editora Moderna, São Paulo
• Por enquanto eu sou pequeno — Editora Moderna, São Paulo
• Velhinho entalado na chaminé — Editora FTD, São Paulo
• É proibido miar — Editora Moderna, São Paulo
2. SOBRE O MESMO ASSUNTO
• Declaração universal do moleque invocado — Editora Cosac
& Naify, São Paulo
3. SOBRE O MESMO GÊNERO
• Cantigamente — Léo Cunha, Ediouro, Rio de Janeiro
• Amigos do peito — Cláudio Thebas, Editora Formato, Belo
Horizonte

extraido da editora moderna

Adjetivos em espanhol (Demonstrativos e Possessivos)

Tem função de qualificar, caracterizar, mostra o estado do substantivo ou pronome.
É também chamado de modificador de um substantivo ou pronome.

Alguns exemplos
Mi amigo es moreno
.
Mi hija es baja.
La niña es rubia.
El hotel es rústico.
El güisqui es caro.
Luisa es delgada.
El coche es apretado.
La casa es llana.
La ventana es certera.
Pedro y Susana están resfriados.
Ella está enferma.
La puerta está cerrada.
Allí hay un gato blanco.
Ahí hay botellas vacías.
Adjetivos Demonstrativos


Alguns adjetivos tem sentido diferente dos usados em português.

Este
Esta
Ese
Esa Aquel
Aquella
Aquellos
Estos Estas
Esos
Esas
Aquellas

Este libro.
Estos libros. Esa casa.
Aquellas mesas.

Adjetivos Possessivos

Singular Plural
Mi
Tu
Su Nuestro – Vuestro
Nuestra – Vuestra Mis
Tus
Sus Nuestros – Vuestros
Nuestras – Vuestras

Su Hija es muy agradable.
Mi mujer es ocupada.
Tu chaqueta es roja. ¿Está estropeado nuestro teléfono?
¿Vuestra profesora es muy trabajadora?

Uso de alguns adjetivos

Os adjetivos: bueno, malo, primero e tercero perdem a última vogal quando estão diante de um substantivo masculino singular, em caso típico de Apócope; já com o adjetivo grande, o substantivo pode ser tanto feminino quanto masculino.

Pedro tiene una televisión grande.
Pedro trabaja en una gran televisión.
Su habitación es en el piso primero.
Su habitación está en el primero piso.
Él es un chico malo.
Él es un mal chico.

Apócope dos adjetivos em espanhol
Existe um grupo de adjetivos que se apocopan em espanhol, ou seja, perdem a terminação de palavras longas para criar novos termos curtos.

Se o substantivo for masculino:
coche bueno = buen coche
coche malo = mal coche
coche grande (tamanho) = gran coche (qualidade)
Se o substantivo for feminino:
casa grande (tamanho ) = gran casa (qualidade)

O termo ‘Santo’ (San) se apocopa na maioria dos substantivos próprios masculinos: San Juan, San Marcos, etc.
Exceto em: Santo Tomás, Santo Domingo, Santo Tomé, Santo Toribio, Job, Ángel, Dios, Cristo, varón, cielo,

Apócope é o fenômeno que consiste na perda de um ou mais sons no fim dos adjetivos quando esses precedem um substantivo masculino e singular.

Adjetivo Apócope
Exemplo
bueno buen
Pablo era un buen hombre.

malo mal
Hoy hace un mal día para pescar.

alguno algún
Pienso hacer algún viaje en mayo.

ninguno ningún
No me Gusta ningún tipo de té.

Santo San
San Antonio es mi santo de devoción.

cualquiera cualquier
Cualquier día paso por tu casa.

grande gran
Morzat fue un gran compositor.

primero primer
Hoy es mi primer día de trabajo.

tercero tercer
Vivo en el tercer piso.

Grau dos Adjetivos
Qualificativos, em espanhol

Pronomes possessivos em espanhol
Enquanto os adjetivos possessivos descrevem o nome e aparecem junto a ele, os pronombres posesivos substituem esse nome.
Veja:
Ésta es mi casa.
O termo ‘Mi‘ aparece junto ao nome ‘casa‘ e o modifica. Por tanto é adjetivo.
Ésta es mía.
Desta vez, ‘mía‘ é um pronombre posesivo porque substitui o nome: esta es “mi casa”. Em espanhol, os pronomes possessivos costumam estar acompanhados do artigo(el, la, los, las ):
A Pedro le gusta más el mío.
Mas quando aparecem após o verbo ‘ser‘ o artigo geralmente é omitido:
Esta casa es mía.

MÍO/-A , MÍOS/-AS
TUYO/-A, TUYOS/AS
SUYO/-A,
SUYOS/-AS
NUESTRO/-A,
NUESTROS/-AS
VUESTRO/-A,
VUESTROS/-AS
SUYO/-A,
SUYOS/-AS

Lembre-se que o pronombre posesivo tem que ter o mesmo gênero e número que o nome que está substituindo:
La bicicleta (femenino, singular): mía (femenino singular ).
Los coches de Juan y Ana – (masculino, plural): suyos (masculino, plural).
¿De quién es el coche azul? Es mío
Mi casa es grande. La tuya es pequeña.
El perro más pequeño es suyo. (de él o de ella).
Estas revistas son nuestras.
Nuestro coche es más rápido que el vuestro.
Ana y Juan tienen mucha suerte. Mi casa es bonita, pero la suya es bonita y mucho más grande.
Adjetivos em espanhol: gênero e número
Em espanhol, os adjetivos devem concordar sempre em gênero e número com o substantivo que modificam.
Assim como em português.
Veja:
El perro negro.
Las casas azules.
Mas nem todos os adjetivos seguem as mesmas regras para formar o masculino, feminino, singular ou plural.
Veja um resumo das normas básicas:
Adjetivos terminados em “–o”
Tem as 4 formas (masculino e feminino no singular e plural)
Singular:
Masculino: Rojo
Feminino: Roja Plural:
Masculino: Rojos
Feminino: Rojas


El martillo rojo.
La casa roja.
Los martillos rojos.
Las casas rojas.


Adjetivos terminados em “–e”

Singular:
Masculino: Grande.
Femenino: Grande. Plural:
Masculino: Grandes.
Femenino: Grandes.
Tem somente duas formas: uma para o singular e outra para o plural.
El coche grande.
La casa grande.
Los coches grandes.
Las casas grandes

Diversidade cultural - RUSSIA


A diversidade cultural são diferenças culturais que existem entre o ser humano. Há vários tipos, tais como: a linguagem, danças, vestuário e outras tradições como a organização da sociedade. A diversidade cultural é algo associado à dinâmica do processo associativo. Pessoas que por algumas razões decidem pautar suas vidas por normas pré-estabelecidas tendem a esquecer suas próprias idiossincrasias. Em outras palavras, o todo vigente se impõe às necessidades individuais. O denominado "status quo" deflagra natural e espontaneamente, e como diria Hegel, num processo dialético, a adequação significativa do ser ao meio.
O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de idéias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente. Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferente especificidade. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço/tempo. Se refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e "preenchem" a sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Projeto Diversidade Cultural
País: RUSSIA
Período: 1 mês

Justificativa: Um projeto que trabalha as questões da diversidade. As discussões e reflexões partirão de situações cotidianas vividas pelos próprios alunos, que muitas vezes não são debatidas e analisadas no ambiente familiar e escolar. Serão analisadas as contribuições dos alunos e realizadas produções que sistematizem as discussões.
Temas transversais:

• Ética
• Pluralidade cultural
• Meio ambiente
OBJETIVO GERAL: Abordar as diversidades culturais da Russia bem como suas particularidades
Objetivos Específicos:
1. Reconhecer e valorizar a diversidade cultural, que está intrinsecamente ligada ao respeito ao outro, com suas crenças, credos e valores. Supera-se, assim, a intolerância e a violência entre indivíduos;
3. Compreender a relação entre a diversidade cultural e os direitos humanos;
4. Identificar e analisar diferentes situações cotidianas que refletem a intolerância e o desrespeito à diversidade cultural;
5. Conhecer as diferentes manifestações culturais do país Russia e suas influências na construção das identidades dos povos.

RECURSOS:
• Papéis de várias gramaturas;
• Pincel, tintas, lápis de cor, giz de cera; massinha de modelar;
• Tecidos,Feltro, TNT,rádio, CD, televisão, DVD;
• músicas e acessórios.

Atividades

1. Fazer uma roda de conversa para saber quais as impressões que o grupo tem sobre a temática "Diversidade Cultural".
2. Passar um vídeo sobre algum documentário ou um filme que trate um pouco deste tema e também sobre a Rússia, como seus pontos turísticos e música.
3. Pedir para trazerem pesquisa sobre a Rússia para serem trabalhados em sala de aula. Abordar, pelo menos, quatro vertentes da diversidade (música, culinária, folclore e tradição ).
4. A turma pode se dividir em grupos para confeccionar jornais e murais que tratem da questão da diversidade cultural.
5. Pedir que os alunos reflitam, através de situações cotidianas, a relação destas com os direitos humanos e a diversidade cultural.
6. Confecção – artes manuais.

HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

O hábito de ouvir;
Dramatização;
Coordenação motora;
Oralidade.

COMPETÊNCIAS A SEREM ADQUIRIDAS
Escrita e leitura;
Noção de tempo e espaço;
Futuro pesquisador...

ETAPAS

1º ETAPA

Dividir os temas para serem pesquisados de acordo com os grupos.
Temas: Rússia
Noções básicas sobre a cultura russa (material da professora)
Pesquisa dos alunos:
Grandes personalidades da Rússia
Música russa
Imagens do dia-a-dia
Lembrancinhas russas –Tradição- BONECA
Superstições
Culinária russa
Chá Russo

2º ETAPA

Discutir sobre a pesquisa realizada e confeccionar um mural.

3º ETAPA

Escutar a lenda da Rússia: Princesa Sapa
LER A HISTORIA DIVERSIDADE - AUTORA: TATIANA BELINKY
Assistir vídeos turísticos da Rússia
Escutar musicas tradicionais do país.

3º ETAPA

Confeccionar quadro da boneca Matrioska
Uma matrioska, matriosca, matrioshka, Matriochka, matrioschka ou Matryoshka (Cirílico матрёшка ou матрешка) ou Boneca russa é um brinquedo tradicional da Rússia, constituída por uma série de de bonecas, feitas de diversos materiais, ainda que o mais frequente seja a madeira, que são colocadas umas dentro das outras, da maior (exterior) até à menor (a única que não é oca). A palavra provém do diminutivo do nome próprio "Matryona".
O número de figuras que se conseguem encaixar é, geralmente de 6 ou 7; Outra característica que diferencia as diversas peças são as figuras que encarnam: desde figuras femininas vestidas com trajes tradicionais campesinos, a personagens de contos de fadas, até aos antigos líderes da União Soviética.

4º ETAPA

Confeccionar o chaveiro da boneca

5º ETAPA

Confeccionar um futebol de botão com os personagens heróicos da Rússia . E cada botão ter uma ficha explicando quem é o personagem do botão. Falar do futebol na Rússia.

6º ETAPA

Confeccionar as bonecas com massinha.

7º ETAPA

Escolher um prato típico e fazer com os alunos.

AVALIAÇÃO:
Será feita de maneira diagnóstica e contínua através de montagem de portifólio.

Atividades Extras
1. Exposição da confecção dos trabalhos realizados e realizar uma oficina para que outros possam fazer.



DIVERSIDADE Autora: Tatiana Belinky


Um é feioso,
Outro é bonito
Um é certinho
Outro, esquisito

Um é magrelo
Outro é e gordinho
Um é castanho
Outro é ruivinho

Um é tranqüilo
Outro é nervoso
Um é birrento
Outro dengoso

Um é ligeiro
Outro é mais lento
Um é branquelo
Outro sardento

Um é preguiçoso
Outro ,animado
Um é falante
Outro é calado

Um é molenga
Outro forçudo
Um é gaiato
Outro é sisudo

Um é moroso
Outro esperto
Um é fechado
Outro é aberto

Um carrancudo
Outro ,tristonho
Um divertido
Outro, enfadonho

Um é enfezado
Outro é pacato
Um é briguento
Outro é cordato

De pele clara
De pele escura
Um ,fala branda
O outro, dura

Olho redondo
Olho puxado
Nariz pontudo
Ou arrebitado

Cabelo crespo
Cabelo liso
Dente de leite
Dente de siso

Um é menino
Outro é menina
(Pode ser grande ou pequenina)

Um é bem jovem
Outro, de idade
Nada é defeito
Nem qualidade

Tudo é humano,
Bem diferente
Assim, assado todos são gente

Cada um na sua
E não faz mal
Di-ver-si-da-de
É que é legal

Vamos, venhamos
Isto é um fato:
Tudo igualzinho
Ai ,como é chato!

domingo, 8 de agosto de 2010

HETEROSSEMANTICO:

HETERO = diferente SEMÂNTICO = falsos cognatos

Escrita igual com significados diferentes.

Presunta: suposta, presumível.
Se acordo: se lembrou
Regalo: presente
Pinpollos: botões de rosa
Rojos: vermelhos
Carpa: barraca de camping
Cachorros: filhotes
Latir: bater, pulsar.
Sítio: lugar
Se acerco: se aproximou
Oso: urso
Um rato: um momento
Berro: agrião
Bolsillo: bolso
Estofado: ensopado, cozido.
Ciruelas: ameixas
Pelado: careca, calvo.
Saco: paletó
Polvo: pó
Cena: janta
Apellido: sobrenome
Salsa: molho
Exquisita: deliciosa, gostosa.
Salada: salgada
Vaso: copo
Se enderezó: ficou de pé
Mareada: tonta
Borracha: bêbada
Largo: longo
Pelo: cabelo
Huellas: pegadas
Zorro: raposa
Sótano: porão
Borrando: apagando
Cola: rabo
Escoba: vassoura
Muela: molar (dente)
Desquitarse: vingar - se
Tenazas: alicates
Cerrojo: fechadura

sexta-feira, 23 de julho de 2010

QUE CALOR!



QUE CALOR!

Férias de janeiro que delicia! E não se esquecendo de reforçar: Mais do que merecidas! O ano que passou fiquei acabada, digo ,cansada, muita correria e projetos educativos e tals... Enfim, 2010 e resolvi passar o mês na nova cidade em que minha imã vive: Corumbá-MS.
Fui de ônibus, quase dois dias de viagem, minhas nádegas estavam doloridas de tanto ficar sentada e meus olhos pareciam que enxergavam tudo andando. Quando desci do ônibus tive que me segurar na porta – que vergonha! A velhinha da minha frente desceu tão rápida; poxa estou precisando de uns exercícios físicos! Enfim, quando em terra firme cheguei sinto um baque na minha pele - O calor era escaldante. Era como se tivessem ligado o forno e não dava mais para ficar exposta ao sol.
Olho na minha frente e reparo que as pessoas procuraram proteção embaixo de qualquer coisa que tivesse sombra e teto. Outras, nervosas, se refugiavam em lojas e escritórios com ar condicionado; estava 55 graus.
Bem que minha irmãzinha tinha me avisado que era insuportável o calor, pois o clima de Corumbá e da região do Pantanal pode ser bem quente a maior parte do ano, com temperaturas atingindo mais de 40ºC e umidade relativa do ar razoavelmente alta, ocasionando uma sensação de calor extrema com intensa sudorese e este mês que resolvi passar minhas férias são os dias muito quentes e o calor chega a perturbar de verdade, sentia meus neurônios derretendo.
Não sei como cheguei ao carro, mas quando fechamos a porta, enxugando com a palpa da minha mão o suor que descia da minha testa, logo pedi que ligasse o ar condicionado e subitamente meu cunhado que estava no banco de direção respondeu: ’’estamos em falta!’’.
Durante o trajeto fui observando os moradores, sentindo uma brisa de ar quente em meu rosto, melhor do que nada! Os transeuntes (na verdade havia poucos) andavam de um lado para o outro, outras pessoas ficavam sentadas nos banquinhos e se mexiam, com certeza diziam: O que esta acontecendo? Finais dos tempos? Culpa da camada de Ozônio! Que calor!
Comecei a escutar o rádio ligado do carro, dizia um radialista que naquela linda manhã era o dia mais quente daquele verão. E minha irmã rapidamente virou para trás e disse: ‘’Você adora o sol, o calor... Que bom, vai gostar daqui!’’.
Olhei para minha garrafinha de água que estava segurando, era apenas uma garrafa, pois água que era bom mesmo não havia mais. Minha garganta estava seca. Nem respondi à leve provocação e perguntei se tinha água. Ela abaixou e pegou uma garrafa que pedia para ser reciclada, pois, estava tão maltratadinha, amassadinha com jeitinho de velhinha, mas em seu interior havia o tesouro: água. Mas, será que estava boa?
Experimentei um gole- URGH! Que horror! Mentalmente depois: Que pecado! Eu reclamando a falta dela; vi-me ali novamente em sala de aula tentando fazer os alunos a refletirem sobre o Meio Ambiente e recitando o que a imprensa mundial debate tanto sobre a escassez mundial de água dando conta de que trinta por cento da população mundial vai sofrer com a falta d’água até o ano de 2050, segundo os dados da ONU e particularmente acho que vai ser vendida a preço de ouro.
Volto a olhar a rua, o sol esquentava os vidros do carro e o concreto dos prédios, o asfalto queria borbulhar e explodir de tanto calor, encostei minha cabeça no banco ao som da música regional que estava tocando; estávamos chegando à vila dos militares, mas antes vi um carro de bombeiro circulando pelas ruas: ‘’Aqui, aqui! Joga aqui... Antes que eu derreta!’’
O que senti jogando foi uma almofada de florzinhas em cima de mim, minha Irmã dizendo que havia chegado. Desci do carro e subimos as escadas até chegar ao apartamento e abrindo a porta minha sobrinha: tiaaa e respondi alto: ‘‘nossa que calor”! E ela olhou com as duas jabuticabinhas estalando para mim respondendo: ‘’calor duzinfernu’’.
Nossa por um instante percebi que quando está calor reclamamos mais no frio também reclamamos. Quando não tem chuva reclamamos, mais sem ela também reclamamos. Reclamar é um vício; Acho que temos que parar de reclamar das coisas, e sermos gratos por cada coisa que Deus nos deu! ''Ruim com ele pior sem ele''.
Abaixei-me rapidamente e levantei minha sobrinha pelos seus bracinhos miudinhos, eitaaa que saudade!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Resgatando os contos de fadas, lendas e fábulas.

Achei linda essa mensagem abaixo , é uma reflexão interessante sobre os contos de fadas.
Danni *-*

“Aaaatirei o pau no gatôtô!...”

Cantiga de roda de antigamente,

Mas o gato correu e não voltou

Levando a mocidade da gente.

E nunca mais brinquei de roda!...

Dona Chica até percebeu,

Quando cantava boca de forno

Que também desapareceu.

Lá se vão tanto tempo...

E eu aqui fico a relembrar,

Minhas noites enluaradas

Que eu vivia a cantar.

A lua não mais clareou

E a mula sem cabeça ficou vagando.

Cadê Sacy Pererê o brincalhão

Que às vezes chegava pulando?

E o Lobisomem famoso

Peludo até sua garganta,

Que espantava a meninada

Nas noites de semana santa?

Lembro-me do Pai Francisco

Entrando na roda com o violão,

E lagarta pintada que a velha pintou!

Saudades!...

Nunca mais cantei não!

As lendas, os contos as fábulas,

As cantigas de roda!

Esqueceram!

Só as crianças do meu passado

Estas culturas, este folclore, viveram.

É preciso resgatar tudo isto

Esta cultura está quase esquecida,

Sempre irei lembrar da Gata Borralheira

Chapeuzinho vermelho

e a Bela Adormecida.

A Bela e a Fera, que clássico!

A Wall Disney veio nos oferecer,

As crianças sem vícios e sem drogas

São resgates que temos que fazer.

Vamos devolver as crianças

A cultura que delas foram tiradas,

É o mínimo que podemos fazer

Antes que fiquem marginalizadas.

Nos contos de fadas eu vejo

A beleza e a pureza da fantasia,

Que faz brotar nas crianças o sorriso

Porque este é o Sol que irradia.

O sapatinho da Gata Borralheira

Fazendo a mesma virar Cinderela,

A Galinha dos Ovos de Ouro

Com suas cores amareladas.

Vamos trazer para as escolas

Histórias para serem contadas,

Fábulas, contos, lendas e parlendas

Farão crianças mais animadas.

Porquê foram esquecidas

Esta riqueza cultural?

Também o mundo globalizou nisto

Trazendo para nós este mal?

Em meus sonhos dormem coisas sossegadas

São coisas de antigamente,

Na lembrança da professorinha

Contando histórias pra gente.

O urubu e a festa no céu

A ousadia do sapo neste enredo!

Despencando da viola lá do alto

Querendo ser mais forte que o lajedo.

São historinhas jamais esquecidas

Pelas crianças do meu passado,

E para as do amanhã ter

É preciso que sejam resgatados.

Façamos com que as crianças tenham

E sintam mais vontade de viver,

Fala dessa riqueza cultural

Por que elas precisam saber.

Cante cantigas de roda

Relembre o nosso passado,

Conte um conto, uma fábula;

E terás crianças alegres do teu lado.

Fale dessa cultura quase falida

Que por desenhos violentos trocam,

Propaga a violência na tv

Que só crime e maldade mostram!

Resgate tudo isto professora

A sua escola tem vídeo e tv,

Mostre a criança esta fantasia

Que ela agradecerá a você.

Quem sabe a criança de rua

Também pudesse assistir,

Talvez se sentiria mais feliz

Neste milagre que é o sorrir.

Ah! Se essa rua fosse minha!

De ladrilhos eu iria calçar,

Pra gente brincar de roda

Em qualquer noite de luar.

A queda de Terezinha

A briga do cravo e a rosa,

A chegada dos três cavalheiros

Levantando a dama pomposa.

As mil e uma noites

Que passaram de lá para cá,

Roubada pela cultura

Do ladrão de Bagdá.

Ali Babá e os 40 ladrões Abre-te Sésamo!

A porta abria, Mostrando as jóias da realeza

Que os estes ladrões escondia.

A Princesa e o Plebeu

Alice no país das maravilhas,

Que de pipocas em pipocas

Reuniram muitas família.

Muitos escreveram tesouros

Hoje quase enterrados,

Vamos voltar no tempo

Para serem resgatados.

Monteiro Lobato nos deixou

Um legado de estórias,

Malba Thaan, Cecília Meireles...

Também tiveram esta glória.

Wall Disney o America no Com sua simplicidade,

Deixou para todos nós

Os filmes da eternidade.

Filme que uma criança

Por mais triste que esteja,

Daria suas gargalhadas

Que a felicidade almeja.

Entraram em nossos lares

Através da televisão,

A cultura da violência Exportada do Japão

Yoguiô, O Ex Man Goodzila,

Dijemon, Robocop, Paul Ranger

Meta Boots e Pokémon.

Todos estes desenhos

Alimentam a criminalidade,

São dragões e também robôs

Com requintes de crueldades.

Por isso urgentemente

É preciso desligar,

As Tvs desses programas

Para tudo melhorar.

Será uma vitória perfeita

Do mal perdendo pro bem,

E o começo do resgate

Será aqui em Itanhém.

Airam Ribeiro,