domingo, 4 de abril de 2010

TENTAÇÃO

Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente da sua dona, arrastando o seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmados. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo. Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes do Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.
Clarice Lispector. in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998



1) O texto retrata uma situação especial vivida por uma menina.
a) O que a menina fazia sentada na porta de casa, às duas horas da tarde ?


b) Nos trechos “como se não bastasse a claridade das duas horas” e “a cabeça da menina flamejava”, a menina é associada ao sol ou à luz solar. Em que se baseia essa associação ?


2) Releia este trecho :

“Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher?”
Conforme o ponto de vista do narrador :

a) Como a menina provavelmente se sentia em relação a outras pessoas?



b)No futuro, o que a característica física da personagem poderia significar para ela?



3) O narrador, em certo momento, deixa transparecer sua participação na história narrada, embora num papel secundário.

a) Identifique no texto um trecho que evidencia a presença do narrador como personagem.



b) Levante hipóteses: O que o narrador fazia naquele lugar ?



c) A expressão “desalento contra desalento”traduz o estado de espírito do narrador e da menina. Levante hipóteses : Qual seria a razão desse desalento ?



4) A chegada de um cão basset provoca uma mudança na cena inicial.


a) Qual a reação da menina e do cão quando se vêem ? Justifique sua resposta com elementos do texto.



b) Qual o motivo dessa reação ?



c) Que palavras ou expressões do 7º parágrafo confirmam sua resposta anterior, sugerindo uma identificação total entre as duas personagens ?




5) Com base nos dois últimos parágrafos, responda :

a) O que o encontro representou para a menina ?



b) Que palavras dão a entender que a menina também exerceu uma forte atração no chão ?



c) A menina acompanha com o olhar a partida do cão. Por que, entretanto, ele não olha para trás ?








RESPOSTAS

1) a) Resposta pessoa. Sugestão – Ela olhava o movimento, ou tomava sol, ou esperava passar o soluço.
b)Nos cabelos ruivos da menina, que tornavam a cena ainda mais quente ou mais vermelha.
2) a) Provavelmente se sentia diferente, talvez até discriminada.
b) Poderia torná-la uma mulher especial, diferente, de uma beleza exótica.
3) a) Olham-nos sem palavras , desalento contra desalento.
b) Resposta pessoal. Provavelmente esperava o bonde, pois, na sequência do trecho do item a, ele diz. Na rua deserta nenhum sinal de bonde.
c) Resposta pessoal. No caso do narrador, talvez ele se sentisse assim porque o bonde demorava e o calor era insuportável; no caso da menina, talvez por ela ser a única ruiva “numa terra de morenos”, ou porque estivesse entediada, sozinha, sem nada de interessante para fazer, ou por causa do calor e do soluço.
4) A menina ficou “pasmada”, e o cachorro ficou surpreso, pois “sua língua vibrava” e ele tremia.
b) Pela perspectiva do texto, o fato de ambos serem ruivos.
c) O emprego da palavra pêlos na frase “ os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos”, já que , no caso da menina, o normal seria o narrador referir-se aos cabelos dela.
5) a) A menina percebeu que não é o único ser ruivo no mundo, que há outros seres como ela.
b) AS palavras despregou-se e sonâmbulo.
c) Porque ele é um cachorro, e o comportamento normal de um cachorro é não olhar para trás.

Trovadorismo

O século XII legou-nos uma poesia de intenso lirismo, que concebia o amor como um culto, quase uma religião, e servia para endeusar a mulher e idealizá-la

Cantiga de Amor
Paio Soares de Taveirós
Como morreu quen nunca benhouve da ren que máis amou,e quen viu quanto receoud´ela, e foi morto por én: Ay mia senhor, assí moir'eu!Como morreu quen foi amarquen lhe nunca quis ben fazer,e de quen lhe fez Deus veerde que foi morto con pesar: Ay mia senhor, assí moir'eu!Com' ome que ensandeceu,senhor, con gran pesar que viu,e non foi ledo nen dormiudepois, mia senhor, e morreu: Ay mia senhor, assí moir'eu!Como morreu quen amou taldona que lhe nunca fez ben,e quen a viu levar a quena non valía, nen a val: Ay mia senhor, assí moir'eu!






Como morreu quem nunca amar
se fez pela coisa que mais amou
e quanto dela receou
sofreu, morrendo de pesar
Ai, minha senhora, assim morro eu

Como morreu quem foi amar
Quem nunca bem lhe quis fazer
e de quem Deus lhe fez saber
que a morte havia de alcançar,
ai, minha senhora, assim morro eu

Igual ao homem que endoideceu
com a grande mágoa que sentiu
Senhora, e nunca mais dormiu
perdeu a paz, depois morreu
ai, minha senhora, assim morro eu

Como morreu quem amou tal
mulher que nunca lhe quis bem
e a viu levada por alguém
que a não valia nem a vale
ai, minha senhora, assim morro eu.
Interpretação do texto
1. Que tipo de sentimento é exteriorizado nos versos “Como morreu quen nunca bem / Ouve da ren que mais “ amou” ?

2. Que expressão de tratamento demonstra a posição de vassalagem (submissão) do trovador em relação à mulher amada?

3. Na terceira estrofe o poeta assinala as conseqüências de um amor não correspondido. Quais são elas?

4. Em cada uma das estrofes o trovador descreve fatos que levaram quatro homens à morte. Que fatos antecedentes a morte de cada um deles?

Tema: não correspondência amorosa, fatalismo de amor.
Assunto: o sujeito lírico compara-se a alguém que morreu de amor porque a sua "senhor" nunca o amou "nunca ben/ouve da ren que mais amou" e, assim, também ele morre.
Recursos estilísticos:anástrofe: "ben/ouve" que reflecte uma certa tensão emotiva, que é bem sugerida pela paronomásia "ben/ren";
polissíndeto que cria uma certa progressão no discurso, para sugerir o trágico da situação, "e foi morto por en" que é bem reforçada pela gradação ascendente: ele nunca "ben/ouve", "receou d' ela e foi morto por en" e toda a tensão dramática se esgota no refrão, num queixume dado pela interjeição "ai" seguida da apóstrofe "senhor" e ele confessa a sua dor;
Paralelismo anafórico e semântico na segunda estrofe que continua numa progressão dramática através do polissíndeto, da gradação e da anástrofe; a aliteração da fricativa "v" em "e quen a viu levar a quen/a non valia, nen a val," parece aproximar-nos da realidade e imprimir o movimento da partida, juntamente com o imperfeito que dá o carácter durativo da acção.
Forma: cantiga de amor com refrão, coplas singulares, cada estrofe tem a sua rima de octossílabos agudos e os versos têm o seguinte esquema rimático: abbaC; rima emparelhada e interpolada.
Trovadorismo surgiu entre os séculos XII e XV, período da Idade Média e também do feudalismo. Teve origem no sul da França e foi o primeiro movimento do mundo ocidental.
Expandiu-se em virtude dos jograis provençais; o jogral era um artista do entretenimento, que divertia a nobreza e a expressão "Trovadismo", vem de "trovador", nome dado ao poeta da época.
O jogral era de nível social inferior ao trovador, que era o autor das cantigas, que as executava mediante ao recebimento do soldo.
As manifestações eram realizadas em cantigas, poemas cantados pelos trovadores acompanhados de instrumentos musicais como a cítara, a lira, a harpa, a viola e o alaúde, entre outros, mas também era por meio de versos em prosa que contavam novelas de cavalaria, como por exemplo, a obra "A demanda do Santo Graal".
Essa novela conta a história de aventuras de cavaleiros medievais escolhidos pelo Rei Artur, que procuram o Santo Graal – o cálice sagrado com que José de Arimatéia teria recolhido o sangue de Jesus Cristo.
As cantigas eram divididas em dois grupos: lírico-amorosa e satírica. O primeiro em formas de cantiga de amor e de e amigo; o segundo em cantigas de escárnio e de maldizer.
São algumas características das cantigas de amor: o eu - lírico é sempre masculino, retrata um amor impossível com uma mulher que é casada e pertence a uma classe superior à do trovador, segue uma forma de amor cortês.
Nas cantigas de amigo nota-se: o eu - lírico é feminino, apesar de escritas por homens; ao contrário da cantiga de amor, onde o sentimento não se realiza fisicamente, na cantiga de amigo (entende-se por amigo, o amado) há nítidas referências à saudade física do amigo ausente.
Os trovadores não só se dedicavam ao lirismo do amor, mas também gostavam da sátira, onde procuravam ridicularizar os hábitos e costumes da época, outros trovadores e as mulheres. As cantigas de escárnio eram críticas indiretas e irônicas. Já as de maldizer caracterizavam-se pelas críticas diretas e mais grosseiras que as de escárnio.
Vamos conhecer alguns exemplos das cantigas, em linguagem atual:
Cantiga de Amor: "A dona que eu sirvo e que muito adoro mostrai-ma, ai Deus! pois que vos imploro, senão, dai-me a morte! A que me fizestes mais que tudo amar, mostrai-ma onde possa com ela falar, senão, dai-me a morte".
Cantiga de Amigo: "Sem meu amigo sinto-me sozinha e não adormecem estes olhos meus. Tanto quanto posso peço a luz a Deus e Deus não permite que a luz seja minha."
Cantiga de Escárnio: "Conheceis uma donzela por quem trovei e a que um dia chamei Dona Beringela? Nunca tamanha porfia vi nem mais disparatada. Agora que está casada chamam-lhe Dona Maria."
Cantiga de Maldizer: "Ai, dona feia, foste-vos queixar de que vos nunca louvo em meu trovar; e umas trovas vos quero dedicar em que louvada de toda a maneira sereis; tal é o meu louvar: dona feia, velha e gaiteira."
As cantigas lírico-amorosas e as satíricas foram reunidas na forma escrita em cancioneiros, dentre os quais se destacam: Cancioneiro da Ajuda, o mais antigo, com 310 cantigas, quase todas de amor; Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa, também conhecido como "Collocci-Brancutti", com 1.647 cantigas e Cancioneiro da Vaticana, com 1.205 cantigas, ambos com os quatros tipos.
O primeiro documento em língua portuguesa é provavelmente a "Cantiga da Ribeirinha", datada de 1189 ou 1198, escrita por Paio Soares de Taveirós. A interpretação oscila entre o lirismo e a sátira, mas também podendo ser uma cantiga de amor.

AS RAÍZES DA LITERATURA PORTUGUESA
- A cultura oral e o Trovadorismo de ProvençaO aparecimento da Literatura Portuguesa coincide, a bem dizer, com o aparecimento de Portugal como nação livre. A primeira manifestação literária portuguesa de que se tem notícia, a Cantiga da Ribeirinha (ou “Cantiga da Guarvaia”), de Paio Soares de Taveirós, é de aproximadamente 1198(?) e a independência do país data de 1143, ano em que Portugal tem reconhecida a sua emancipação dos Reinos Cristãos (Leão, Castela, Navarra, Aragão).
CANTIGAS TROVADORESCASO início da fase moderna na língua portuguesa tem como marco a publicação do poema Os Lusíadas, de Luis de Camões, em 1572, poema de unificação, renovação e enriquecimento sintático-vocabular da língua. O dialeto galaico-português era a língua utilizada pelos trovadores, que através dela nos legaram dois tipos de cantiga.a) lírico-amorosa: cantiga de amor e cantiga de amigo;b) satírica: cantiga de escárnio e cantiga de maldizer.CARATERÍSTICAS DAS CANTIGAS TROVADORESCAS CANTIGA DE AMOR
1– O trovador assume o eu - lírico masculino: é o homem quem fala.2– A mulher é um ser superior, pertence a uma categoria social mais elevada que a do trovador.3– Expressa a coita (dor, sofrimento) amorosa do trovador, por amar uma mulher inacessível, que não lhe corresponde e a quem rende vassalagem amorosa.4– O ambiente, culto e refinado, retrata a vida na corte.5– É de origem provençal (de Provença, região do sul da França).Paio Soares de TaveirósComo morreu quem nunca amarse fez pela coisa que mais amou,e quanto dela receousofreu, morrendo de pesar,ai, minha senhora, assim morro eu.
2– CANTIGA DE AMIGO1 – O trovador assume o eu - lírico feminino: é a donzela quem fala.2 – A mulher, campesina ou urbana, é de nível social baixo.3 – Expressa o sentimento de quem sofre por sentir saudade do amigo (namorado) que foi combater os mouros invasores.4 – O ambiente é rural ou familiar.5 – Teve origem em território galaico-português.Exemplo:Por muito tempo, ó amado,Sei eu que me dedicastesGrande amor e que ficastesMuito feliz a meu ladoFalo do tempo passado!Já passou. (João Garcia de Guilhade)CANTIGA DE ESCÁRNIO1– Cantiga de caráter satírico, em que o ataque se processa indiretamente, por intermédio da ironia e do sarcasmo.2– Criticava pessoas, costumes e acontecimentos, sem revelar o nome da pessoa ou pessoas visadas.João Garcia de GuilhadeAi, dona feia, foste-vos queixarde que nunca vos louvei em meu trovar;e uma das trovas vos quero dedicarem que louvada de toda a maneirasereis; tal é o meu louvar:dona feia, velha e sandia! CANTIGA DE MALDIZER1– Cantiga de caráter satírico, em que o ataque se processa diretamente.2– Criticava pessoas, costumes ou acontecimentos, citando o nome da pessoa ou pessoas visadas. D. Afonso X, o Sábio Trovas não fazeis como provençalmas como Bernaldo o de Bonaval.O vosso trovar não é natural.Ai de vós., com ele e o demo aprendestes.Em trovardes mal vejo eu o sinaldas loucas idéias em que empreendestes.Por isso D. Pero em Vila-RealFatal a hora em que tanto bebestes.
HIERARQUIA DOS ARTISTAS MEDIEVAISCANCIONEIROSNa hierarquia dos artistas medievais distinguiam-se quatro categorias:
a) o trovador: pessoa culta, fidalga, que não só escrevia a poesia, mas também era capaz de compor música e apresentar o seu trabalho, sem receber qualquer recompensa material;
b) o segrel: trovador profissional, geralmente um fidalgo decaído, que ia de corte em corte, de castelo em castelo com o seu executante (o jogral);
c) o jogral: designação que tanto poderia pertencer ao saltimbanco como ao ator mímico, ou simplesmente ao compositor; cantava nas festas e nos torneios as poesias de trovadores e segréis em troca de pagamento, às vezes, rivalizando com estes na elaboração da letra e da música;
d) o menestrel: músico ligado à determinada corte. Colecionadores sensíveis recolheram muitas das canções dos trovadores e organizaram coletâneas ou cancioneiros, dentre os quais os principais são:
- O Cancioneiro da Ajuda, possivelmente do século XIII ou do início do século XIV, contendo, na sua maioria, cantigas de amor, em 88 folhas de papel-pergaminho;
- O Cancioneiro da Vaticana, descoberto na Biblioteca do Vaticano, contendo 1205 cantigas, sendo cópia de um original extraviado;
- O Cancioneiro da Biblioteca Nacional, também conhecido por Colocci-Brancuti, nome dos seus últimos possuidores, contendo 1647 composições; pertence ao governo português;
- As Cantigas de Santa Maria, reunindo 426 composições acompanhadas da respectiva música.






PROSA MEDIEVALA partir do século XIII surgem as novelas de cavalaria, traduzida do francês e do inglês. Originariamente, eram poesias de temas guerreiros, chamadas canções de gesta, que passaram a ser redigidas em prosa.
De fundo teocêntrico e cavaleiresco, contavam as aventuras dos reis e seus cavaleiros; uma delas, a Demanda do Santo Graal, evocava o rei Artur e seus companheiros, que habitualmente se reuniam em volta de uma mesa – a távola redonda.
Todos se esforçam por descobrir o Santo Graal, a taça em que Jesus bebera durante a última ceia.Floresceram também formas paraliterárias: - os cronicões: livros de crônicas que deram origem ao início da historiografia portuguesa.- as hagiografias: vidas de santos;- os livros de linhagem (ou nobiliários): relações de nomes, geralmente de fidalgos, com a intenção de estabelecer graus de parentesco a fim de evitar casamentos entre parentes próximos e dirimir dúvidas no caso de heranças.
- Didaticamente, considera-se como marco final desta época o ano de 1418, quando Fernão Lopes é nomeado guardador da Torre do Tombo, assinalando o início do Humanismo em Portugal












Produção de texto
Grupo I

Refletindo o momento histórico da época (o feudalismo), o trovador (como se chamava o poeta de então) tratava a mulher como um ser superior a quem se deveria servir honrar e homenagear, comportando-se relação a sua dona com um vassalo diante do senhor feudal.

Entretanto, outros textos da época revelam que, ao contrário do que prometiam os poetas, as mulheres eram submetidas À autoridade do marido, da religião e dos costumes não dispondo de quase nenhuma liberdade

- Como você vê o relacionamento amoroso nos dias de hoje? Mudou muito em relação à época do Trovadorismo?
- Que direitos importantes você considera que a mulher conquistou no transcurso do século XX?


Produção de texto
Grupo II

O texto a seguir foi publicado na seção “Cartas do leitor” da Folha de SPaulo” Referida a um crime que teve repercussão na imprensa escrita e falada, esta carta da uma notável demonstração de machismo e desprezo pelas mulheres.
A recente morte violenta de uma jornalista choca a todos porque, nesse fato, o assassino foge do perfil comum de tais tipos, mas certas situações que levam a isso estão aí, nos círculos milionários, meios artísticos, esportivos de poder. Tudo porque o homem não aprende. Há milênios, gosta de passar aos demais uma imagem de eterna juventude e virilidade, posando com fêmeas muito mais jovens. Fingem acreditar que elas estão aí por amá-los. São poucas vezes atraídas pelo seu intelecto e muitas pela fama, poder e dinheiro. A durabilidade de tais ligações, no geral termina quando tal fêmea atinge seu objetivo. Pior ainda, quando essa fêmea mostra também intelecto de capacidade de sobrevivência com seu protetor. Duro, triste, real. (Laércio Zanini, Graça. SP)

a) O texto usa, em relação às mulheres, um termo fortemente conotado e lhes atribui um comportamento que as desqualifica. Transcreva uma frase em que o termo ocorre, associado à descrição de comportamento que desqualificariam as mulheres. Sublinhe o termo em questão na sua frase.
b) Quais os trações de caráter das mulheres contra os quais os homens deveriam se precaver, segundo o autor dessa carta?
c) A quem se refere o autor da carta na frase “o homem não aprende”?
d) Que semelhanças e que diferenças podemos estabelecer entre as cantigas do Trovadorismo?



Grupo III

Antes de escrever uma dissertação com o título “As mulheres no mercado de trabalho” reflita sobre os seguintes dados:

- As mulheres ocupam 41% do mercado de trabalho no Brasil

- Apesar de possuírem mais escolaridade do que os homens ganham menos do que eles.

- A taxa de desemprego é de 12,1% entre as mulheres e 7,9% entre os homens, 30% das mulheres que trabalham têm nível médio completo. Entre os homens, este percentual é de apenas 21%.

- O percentual de desemprego mais alto entre as mulheres é curioso, levando-se em conta que, em média, elas estudaram mais.

- As mulheres ganham, média, 48% do salário pago aos homens.
Obs.: Proporcionalmente não ocorreram grandes mudanças até o momento, além do aumento geral do número de desempregados no Brasil e da queda de renda da população.

Além disso, considere:

- A maioria das mulheres tem o que se chama de “dupla jornada”, pois, além de trabalharem fora, fazem o serviço doméstico.

- Existe um grande número de mulheres no trabalho informal, sem carteira assinada nem direitos trabalhistas.

LIBERDADE

Somente sendo livre o homem pode lutar pela realização de seus sonhos; por isso a liberdade lhe é fundamenta.
Leia o que Cecília Meireles escreveu sobre o assunto.

Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria. Que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam “Liberdade, Igualdade e Fraternidade!”; nossos avós cantaram : Ou ficar à Pátria livre/ ou morrer pelo Brasil !”; nossos pais pediam :”Liberdade! Liberdade!/ abre as asas sobre nós”, e nós recordamos todos os dias que “o sol da liberdade em raios fúlgidos / brilhou no céu da Pátria...” – em certo instante.
Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.
Ser livre- como diria o famoso conselheiro ... – é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado – é proclamar o triunfo luminoso do espírito. ( Suponho que seja isso.)
Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.
Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir. (Às vezes , é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)
Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente com um fio de linha e um pouco de vento!...
Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.
E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões , usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos !...
São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.
Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos que falam de asas, de raios fúlgidos – linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...

Cecília Meireles . Escolha o seu sonho – Rio de Janeiro – Record


l) Por que os homens lutam tanto pela liberdade ?


2) Por que a “pátria” só existe se houver liberdade ?


3) Segundo o texto, o que é ser livre ?


4) Para você, por que a liberdade é importante ?


5) De que maneira podemos “ampliar a órbita da vida” ?


6) Quem são os “tímidos” a que o texto se refere ? Como eles se comportam ?


7) Por que, ao falar da liberdade, a narradora lembra a atitude das crianças e dos loucos ?


8) Como agem aqueles que acreditam e sonham com a liberdade ?



PERGUNTAS PARA REFLEXÃO
1) Lemos no texto “Diz-se que o homem nasceu livre...” Esse direito à liberdade vem sendo respeitado entre os homens ? Justifique sua resposta.


2) Como devemos dispor de nossa liberdade ?


3) Você, como cidadão livre, de que forma exerce esse direito ?

O BAILE

Levei um monte de tempo me vestindo. Não tinha roupa que servisse. Não gosto de festas, bailes menos ainda. A Morecy faz 13 anos. Eu não sei que roupa a gente tem que pôr quando a melhor amiga da gente faz 13 anos. Pra falar a verdade, preferia ter pego uma gripe e curtido febre na cama. Não pus o vestido verde porque fico com cara de defunto. O amarelo ficou dançando, acho que emagreci. Como sempre, acabei indo com o xadrezinho, que é meio manjado, mas me sinto bem.
Não consegui entrar em acordo com a minha cara no espelho. Não gosto do meu cabelo liso e muito fino. Nem da minha cara sem pó-de-arroz. Mas também de pó-de-arroz não fico bem.
Acho que levei umas duas horas me aprontando. Cheguei tarde, todo mundo já estava lá. Tinha luz negra, um montão de gente dançando e eu encabulei vendo o Luiz do outro lado do salão, conversando com os amigos.
Fiquei de pé também, falando com a Maria Luíza, aquela bem alta que todo mundo tira sempre para dançar porque é linda, parece a Dominique Sanda. Pegamos uns copos com guaraná e ficamos bebendo, enquanto ela me contava a briga que tinha tido com a D. Rita. Depois nós fomos dançar sozinhas mesmo. E na quarta música o Luiz veio falar comigo.
Foi daí que a gente saiu pro terraço e ele perguntou se eu gostava mesmo dele. Disse que sim. E é verdade, eu gosto um pouco dele. Então ele disse que se eu gostava mesmo era pra eu dar um beijo nele. Eu dei, no rosto. Ele disse que ali não valia, tinha que ser na boca. Ele falava e sorria, mas eu percebi que ele estava um pouco sem jeito, porque toda hora olhava pros lados, pra ver se não vinha ninguém.
Daí ele pegou na minha mão e depois me abraçou e ficou alando que gostava muito de mim, que eu tinha um cabelo bem macio, e eu pensei que poderia ser macio, mas era fino e liso demais. Daí ele disse que não gostava de menina que usava pintura, que ficava com cara de palhaço e que eu era bem natural. Foi bem essa a palavra que ele usou : natural. Achei engraçado falar assim, mas também achei legal ele falar desse jeito. Aí ele foi chegando, me beijando o cabelo, a testa, descendo pelo nariz e eu deixando porque vinha subindo em mim um calor gostoso, uma espécie de moleza que eu nunca tinha sentido antes...
(Mirna Pinsky. Iniciação. Belo Horizonte, Comunicação, 1980)


1) Quem é a principal personagem do texto ? Dê algumas de suas características.


2) Como essa personagem se sente em relação à festa ?


3) Qual é a auto-imagem da narradora do texto ? Justifique sua resposta.


4) Por que a narradora demora “umas duras horas”para se arrumar para a festa ?


5) Qual o sentimento que a narradora precisou vencer para ir ao baile ?


6) Qual foi o grande acontecimento na festa ?


7) Para a narradora, valeu a pena ir à festa ?


8) Que outro título você daria ao texto ?


9) Quais as qualidades que você espera encontrar em um namorado ou namorada ?



RESPOSTAS
1) É uma adolescente que não gosta de festas. Ela sente-se um pouco insegura e indecisa
2) Ela a vê como um problema. Resiste muito à idéia de ir pois não se sente bonita para a festa.
3) A auto-imagem da narradora é muito negativa, ela só vê seus defeitos e ignora suas qualidades.
4) Porque ela está insegura, não encontra a roupa ideal para a ocasião.
5) A narradora precisou vencer o medo, a insegurança.
6) Foi o beijo entre Luiz e a narradora.
7) Sim, pois ela conversou sobre seus sentimentos com Luiz, por quem nutria afeto.
8) Pessoal
9) Pessoal

A Moça e a Vasilha de Leite

"Uma moça ia ao mercado equilibrando, na cabeça, a vasilha do leite. No caminho, começou a calcular o lucro que teria com a venda dele.
- Com este dinheiro, comprarei muito ovos. Naturalmente, nem todos estarão bons, mas, pelo menos, de três quartos deles sairão pintinhos. Levarei alguns para vender no mercado. Com o dinheiro que ganhar, aumentarei o estoque dos ovos. Tornarei a pô-los a chocar e, em breve, terei uma boa fazenda de criação. Ficando rica, os homens, pedir-me-ão em casamento. Escolherei, naturalmente, o mais forte, o mais rico e o mais bonito. Como me invejarão as amigas! Comprarei um lindo vestido de seda, para o casamento e, também, um bonito véu. Todos dirão que sou a noiva mais elegante da cidade.
Assim pensando, sacudiu a cabeça, de contentamento. A vasilha do leite caiu ao chão, o leite esparramou-se pela estrada e nada sobrou para vender no mercado."
(Não se deve contar com o ovo quando ele ainda está dentro da galinha)
Baseada em uma fábula de EsopoFernando Kitzinger Dannemann
SUGESTÕES PARA O PROFESSOR:
A fábula é um pequeno texto fácil de ser compreendido. As sugestões sobre o estudo desta fábula devem ser adaptadas de acordo com o grau de dificuldade e de escolaridade dos alunos. O professor também pode diversificar as atividades em cada turma.
1- ORALIDADE:
a- Você conhece a fábula “A Moça e a Vasilha de Leite”?
b- Quem é o autor do texto?
c- Conhece outras fábulas desse autor? Quais?
d- Leitura do Professor
e- Leitura do Aluno

2- DIVISÃO DA ESTRUTURA:
a- Situação inicial:
b- Obstáculo:
c- Tentativa de solução:
d- Resultado final:
e- Moral:
3- QUESTÕES SOBRE O TEXTO:
a- Quem é a personagem principal?
b- Quais as características desta personagem?
c- Existem personagens secundários?
d- Há um narrador? Quem?
e- Onde o fato aconteceu?
f- Identifique no texto palavras que expressem lugar.
g- Identifique palavras que dão pistas da época em que os fatos
aconteceramh- Quais os verbos do texto que indicam as ações da moça?

4- ARGUMENTAÇÃO:
a- Por que a moça não concretizou seus sonhos?
b- Qual a importância de se planejar o que se quer conquistar na vida?
c- Quando uma pessoa deve iniciar os planos para sua vida?
d- Você tem planos para sua vida? Se tiver, especifique alguns.
e- O que fazer quando algo não acontece conforme planejamos?
f- Como você explica a moral do texto: ” Não se deve contar com o ovo quando ele ainda está dentro da galinha”?
g- Escreva outra moral para o texto.

5- EXPRESSÃO ESCRITA:
a- Reescrever o texto em forma de teatro – para ser representado.
b- Escrever um texto falando dos planos para sua vida
c- Escrever uma fábula de acordo com a estrutura:
- Situação inicial:
- Obstáculo:
- Tentativa de solução:
- Resultado final:
- Moral:
d- Leitura dos textos escritos

Resumo sobre a LITERATURA COMPARADA – TEXTOS FUNDADORES

Organização de EDUARDO F.COUTINHO & TANIA F.CARVALHAL

Pretendo aqui registrar as principais ideias do texto, ou seja, um breve resumo; envolvendo as relações da Literatura Comparada e umas das suas trilhas : a tradução.

Tratando de comparativista, o mesmo deve ter uma cultura histórica , uma bagagem em que possa proporcionar o material suficiente para que ele examine, uma investigação da fortuna literária dos autores e obras, das fontes e influências; para tal transcorre o texto citando exemplos de vários autores/cientistas famosos estrangeiros que fizeram seus estudos baseando em seu amplo conhecimento.
Seu equipamento de estudo e analise não se baseia somente o que foi citado acima, mas também deve principalmente ler diversas línguas.
Segue mais adiante o texto dizendo sobre o domínio da literatura comparada , o seu caminho : objeto e método. Sendo o objeto de estudo os livros, o estudioso da área deve procurar saber se existe de um determinado escritor obras escritas em outras línguas.
A tradução é vista pelo comparatista sempre em conexão com seu contexto histórico, ideológico e estilístico, e cita quando se trata de um grupo social : ‘só há um meio : estudar os dicionários, as gramáticas, as obras pedagógicas que estavam em uso, como por exemplo: se o comparativista quiser saber o que os franceses da Revolução e do Império conhecem de Goethe, ele deverá primeiro fazer um inventario das versões francesas desse autor, com análise e critica’, podendo assim dizer conseqüentemente com muitas reflexões.
Uma das suas tarefas de fazer um inventario, é resgatar tudo que possa contribuir para a pesquisa, e um dos métodos seria de um biógrafo, e mais ainda saber da cultura, da língua , da literatura e do país. Tratando-se dessa linha, cabe a dizer que o texto nos mostra que deve respeitar cada detalhe, como por exemplo, o estilo de época, e assim os gêneros.
O comparativista deve definir o gênero, juntamente com sues modismos de época, limitações e transformações; tendo como contrapartida através do seu desenvolvimento florescendo como psicologia comparada.
É importante ressaltar que o estudo prossegue citando que o direcionamento da pesquisa é fornecido pelo assunto e não pela forma. Há também diversos tipos de influências - a pessoal , o técnico e o intelectual.
Assim, literatura comparada e tradução caminham lado a lado. Comparando obras, cotejando textos de diferentes origens e épocas e aprendendo (e apreendendo) cultura, o comparatista está constantemente emergindo em alteridade cultural.

FONTE

CARVALHAL, Tania Franco e COUTINHO, Eduardo de Faria. Literatura comparada: textos fundadores. p.97 a 106. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.


A BRISA E A FLOR


Autora: IZA RAMOS DE AZEVEDO SOUZA
Ilustradora: BRAMBILLA
Editora: EDITORA DO BRASIL
Séries: 3° anos.
TEMA: “Aprendendo a ter confiança ; todo mundo faz algo de melhor.”
Autora : Profa Daniella Hilario


Sinopse:
Descontente por ter de ficar presa ao chão por toda a sua vida, uma florzinha segue os conselhos do Girassol e pede à Fada Primavera que a ajude a se transformar numa flor voadora. A florzinha tem seu desejo atendido, no entanto terá de passar por muitas dificuldades antes de conseguir o que quer. A autora Iza Ramos de Azevedo Souza nos mostra como a confiança e a perseverança podem ajudar a transformar nossos maiores sonhos em realidade.

JUSTIFICATIVA:

Este projeto de leitura se propõe a desenvolver no aluno a compreensão de um texto narrativo ficcional. Nessa narrativa, descobrir como é importante lutar por aquilo que desejamos, sem desistir jamais, apesar de todas as dificuldades que possam surgir em nosso caminho.
OBJETIVOS COGNITIVOS:
1.Interpretar os acontecimentos de um texto narrativo ficcional.2.Utilizar a escrita como forma de expressão, respeitando as regras ortográficas.3.Desenvolver a sensibilidade para a arte de escrever. 4. Criar uma capa diferente para o livro.
5. Criar uma seqüência narrativa em forma de HQs.
6. Pesquisa sobre flores e metamorfose.

OBJETIVO AFETIVO:
1.Compreender o que é ‘”lutar por aquilo que desejamos”, partilhando a aventura e o encanto da linguagem narrativa ficcional.
2.Identificar atitudes humanas nas personagens principais da história.

MOTIVAÇÃO/PREPARAÇÃO:
Propor aos alunos uma análise sobre a metamorfose da borboleta.

LEITURA ESTUDO/FRUIÇÃO:
1. Leitura individual em casa e em classe com a professora.
2. Em classe, explorar a capa, a contracapa e as imagens do livro.

QUESTÕES DO ENTENDIMENTO DO TEXTO:

1. Qual estação do ano que se passou a historia?
2. Qual gesto que a florzinha fez quando nasceu? O que você acha desse gesto?
3. Qual era o desejo da florzinha?
4. Quem levou o recado da flor azul para a Fada Primavera?
5. Onde morava a Fada Primavera?
6. Como é a flor que fez o pedido?
7. Quais foram as etapas que a florzinha teve que passar?
8. Qual animal que a personagem se transformou?
9. O que é metamorfose?
10. Qual foi o agradecimento que a Fada Primavera pediu para a florzinha?

QUESTÕES – ALÉM DO TEXTO:
1. Qual o acontecimento do livro você mais gostou?
2. Quais as qualidades dos personagens do livro você considera importante?
3. Levantar a questão: ‘O que é preciso ter para ter o que desejamos?
4. Conte alguma situação que você não desistiu e conseguiu obter.

IMAGINAÇÃO CRIADORA:
1. LEITURA ESTUDO:
v Ficha de leitura no caderno do livro
v FICHA DE LEITURA
1. Título do livro:
2. Autora:
3. Ilustradora:
4. Editora:
5. Ano:
6. Número de páginas:
7. Cores utilizadas para a capa:
8. Desenhos da capa:
9. Nomes das personagens principais:
10. Crie outro título para essa história:
11. Ilustração: (desenho e pintura).
v Análise e comparação:
1. Marcar no texto palavras e trechos que indicam ações humanas atribuídas aos personagens;

v Desenhar em forma de HQs a seqüência da narrativa ficcional (início, meio e fim).

v Produção de texto (paráfrase): criar uma narrativa ficcional em que apareçam personagens com características distintas. O objetivo é incentivar os alunos a trabalhar a rapidez de pensamento e respeitar as idéias do próximo.

2. LEITURA PRETEXTO:v Criar outra capa para o livro .Utilize meia cartolina, lápis de cor e canetinha. Trabalho individual.
3. LEITURA BUSCA DE INFORMAÇÕES:

v Pesquisar sobre a metamorfose da borboleta. Pedir para que os alunos copiem as conclusões da lousa no caderno.
v Pesquisar quatro tipos de flores e apresentar em classe.

AVALIAÇÃO:
A avaliação será contínua e permanente, seguida de uma observação diária quanto à participação dos alunos nas atividades propostas neste projeto.
Será verificado o que os alunos entenderam do livro através das questões propostas após a leitura. Também serão avaliadas as atividades realizadas, como: ficha de leitura, produção de texto, pesquisas; criação de outra capa para o livro, etc...

CULMINÂNCIA DO PROJETO:
Dramatização da história A BRISA E A FLOR.




PROJETO "CONTOS DE FADAS"


Alunos do 1º ao 5º Ano Fundamental


JUSTIFICATIVA:
Os contos estăo envolvidos no maravilhoso mundo das crianças
e partem de uma situaçăo real e concreta, para proporcionar
emoçőes e vivencias significativas. Neste gênero aparecem seres
encantados e elementos mágicos pertencentes a um mundo imaginário
que todas as crianças se encantam.
Por meio de linguagem simbólica dos contos, a criança vem a construir
uma ponte de significaçăo do mundo exterior para seu mundo interior,
aprendendo valores, refletindo sobre suas açőes, desenvolvendo seu
senso crítico, sua criatividade, sua expressăo e linguagem.

OBJETIVOS CONCEITUAIS:
• Identificar personagens de contos de fadas, como: magos, fadas, duendes, anőes, gigantes, etc.;
• Identificar os contos pela linguagem típica dos mesmos;
• Identificar as marcas temporais presentes nos contos;
• Identificar letras e palavras conhecidas presentes nos títulos das histórias e
nomes de personagens.

OBJETIVOS PROCEDIMENTAIS:
• Ampliar as possibilidades de movimentos;
• Expressar­se por meio de desenhos, pinturas e colagens;
• Desenvolver a linguagem oral;
• Ler, ainda que de forma năo convencional;
• Dramatizar histórias, por meio de expressőes orais e dança;
• Descrever cenários e personagens;
• Identificar soluçőes de conflitos presentes nos contos;
• Identificar títulos de histórias conhecidas;
• Continuar histórias a partir de um determinado ponto;
• Produzir textos, (tendo o professor como escriba nas séries iniciais).
OBJETIVOS ATITUDINAIS:
Possibilitar um instrumento onde as crianças coloquem suas emoçőes e
necessidades;
Sistematizar situaçőes/­problema, a partir de contos, para as crianças refletirem
criando alternativas de acordo com seus pensamentos;
Buscar no mundo da fantasia possíveis soluçőes para os problemas
de mundo real;
Resgatar a importância do “contar histórias”, no contexto familiar;
Valorizar o conto (popular e de fadas) como parte da tradiçăo dos povos;
Aprender valores;
Desenvolver o senso crítico e a criatividade.
METAS:
Desenvolver noçőes de valores e incentivar a leitura.
METODOLOGIA:
1) Leitura de contos de fadas e histórias infantis:
• Criar situaçőes de fantasia e encantamento;
• Transportar a imaginaçăo para o reino do maravilhoso;
• Trabalhar as emoçőes que as histórias transmitem;
• Conhecer elementos mágicos: fadas, magos, duendes, anőes, gigantes, bruxas, etc.
•Resgatar a importância que os contos populares e de fadas exercem sobre
as crianças;
• Conto das histórias com o tapete de histórias e participaçăo das crianças;
•Reproduçăo de histórias ouvidas com fantoches, levando em consideraçăo as
seqüencia temporais;
• Dramatizaçăo de histórias conhecidas, onde as crianças sejam as personagens;
• Apreciaçăo da leitura feita pela professora;
• Identificaçăo de valores encontrados nas personagens das histórias.

OBSERVANDO:
• Estrutura textual (narrativa);
• Temporalidade;
• Linguagem própria diferente da linguagem do cotidiano;
• Descriçăo de cenários e personagens;
• Presença do conflito (bem e mal, protagonistas e antagonistas);
• Resoluçăo de conflitos, levando a um final feliz;
• Presença de elementos fantásticos (bruxa, fadas, anőes, magos,
gigantes...)
• Listar oralmente as histórias preferidas;
• Reconhecer títulos de histórias e nomes de alguns personagens;
•Continuar a história a partir de um ponto estabelecido
pela professora;
• Elaborar um novo final, diferente do original;
• Analisar as características das personagens na história.

DRAMATIZAÇĂO DAS HISTÓRIAS
OBSERVANDO:
• Expressőes faciais;
• Criatividade;
• Vocabulário;
• Narraçăo;
• Movimentos espontâneos e programados;
• Postura e encenaçăo;
• Colocaçăo de voz.
RECURSOS MATERIAIS:
• Fantoches de diversos tipos;
• Cenário para apresentaçăo de fantoches;
• Fantasias de acordo com os personagens;
• Sanfona de histórias;
• Lápis de cor, giz de cera, sulfite, canson,
papéis coloridos, tinta guache,
pintura a dedo, cola, tesoura e pincel.
• Livros de contos de fadas e histórias infantis.
AVALIAÇĂO:
A avaliaçăo será feita através da observaçăo diária
das crianças nas atividades propostas, tais como:
• Reproduçăo das histórias, mantendo seqüęncias temporais.
• Dramatizaçăo de algumas histórias, utilizando fantasias
e músicas com coreografia e apresentaçăo.
• Confecçăo de uma sanfona de histórias pelos alunos.
• Pintura, colagem, dobradura e desenho sobre as histórias.
fonte

sexta-feira, 2 de abril de 2010

ENSAIO SOBRE A MULHER BRASILEIRA COMO SIMBOLO SEXUAL
de, Daniela Hilary

O presente ensaio tem como objetivo mostrar como a mulher brasileira é vista internacionalmente como ‘símbolo sexual’ e ‘mulher fácil’, apesar da sua luta nesses últimos 150 anos, o movimento feminista tem sido responsável por diversas conquistas das mulheres. No entanto, embora com muitas realizações e conquistando o direito de competir com o sexo oposto, muitas vezes com superioridade, em vários campos da atividade, porem, elas ainda vivem numa sociedade que lhe dá respostas ineficazes, a situação da mulher na sociedade brasileira continua com sérios problemas a serem resolvidos, como um dos mais antigo- já citado nesse parágrafo – símbolo sexual internacional.

Desde o inicio da historia do nosso Brasil essa ideia é oriunda de cartas, textos ou poesias declamados em sarais fotos de propaganda, TV, músicas e artes em geral. Como expressão de uma maneira de pensar, entre outras, vigente na sociedade brasileira. Com ou sem razão, durante séculos a imagem parece que continua a mesma. As brasileiras, aos olhos de outros países, continuam nuas e despudoradas.

Na época da colonização do Brasil, sabia-se que as portuguesas odiavam quando seus maridos, desbravadores e colonizadores, vinham ao nosso país.
O pesquisador Algranti diz que o corpo feminino deveria servir ao português, das praticas da sexualidade e da servidão no Brasil; tendo o objetivo de juntar sexualmente corpos de raças e etnias diferentes, em condições sociais igualmente diferentes. Muitas vezes isso aconteceu à força, sendo que os estupros eram comuns naquele tempo. Ao homem português era dado o direito de usufruir da vida de todos os habitantes da colônia. Esse direito ocorria devido à sua condição de “senhor” da família patriarcal.
No Brasil, o colono português imigrou sozinho. Não trouxe com ele sua mulher, os filhos, a mãe, a sogra. Também não carregou consigo seus utensílios e com isso segundo Ribeiro ele diz que as indígenas foram “utilizadas” pelos portugueses tanto para a sua satisfação sexual como para a expansão do “cunhadismo”. Ou seja, quando o português engravidava uma indígena, ele tornava-se parente dos outros indígenas da tribo. Vale lembrar aqui apenas o exemplo de João Ramalho, na Capitania de São Vicente, que teve 42 mulheres e mais de 80 filhos. Utilizavam-se do corpo e da alma da mulher indígena sem a preocupação de estarem-nas machucando.
Essas mulheres de condição inferior, brancas empobrecidas, índias e negras, carregaram sobre si a promiscuidade da colônia, pois, se a maioria das mulheres brancas de elite era casta, isso só foi possível devido à prostituição das outras mulheres, que, submissas e de condição social inferior, submeteram-se aos desejos sexuais dos senhores.

A minoria os esperavam nuas e cheias de sensualidade, prontas para entregarem-se em troca de pequenas bobagens, como , espelho, tecidos e outros. A imagem da mulher brasileira ( que vivia a cá, índia, negra ou branca) vista como símbolo sexual não iniciou com o turismo do nosso país, mas também desde o primeiro registro na carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal, que descreve a nossa terra como aquela em que “Ali andavam, entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos, pelas espáduas; e suas vergonhas tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que de as nós muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha’’. Caminha retorna à nudez das mulheres em diversos momentos da Carta, modulando a palavra "vergonha" de forma a recobrir um campo semântico onde as idéias-força são sexualidade, sensualidade e permissividade.
É de grande importância esse problema, pois essa mudança de estereótipo é lenta e para que outros países tenham uma visão ‘positiva’ das mulheres é preciso ter estratégias de mudança. Volto a fazer uma breve linha histórica para compreender o porquê dessa situação e visão.
No século XVIII destaco Domingos Caldas Barbosa, mulato brasileiro, filho de um português e uma angolana, educado na Universidade de Coimbra, que em sua poesia se preocupava em tratar das peculiaridades afetivas do povo brasileiro. Na história da música popular brasileira ele é considerado o criador da modinha brasileira, primeiro gênero de música popular. Nas suas canções exaltava tanto a beleza negra, quanto a sensualidade do amor de um mestiço: “Ah nhanhã, venha escutar/ Amor puro e verdadeiro, / Com preguiçosa doçura, / Que é Amor de Brasileiro”.

Percebemos também que o país erótico e exótico estava também na era do Romantismo, a transição de colônia para nação trouxe um forte sentimento de nacionalidade e apelo pelas índias que aqui viviam. Como por exemplo, o índio de Alencar é o um cavaleiro medieval – forte corajoso e belo; a sertaneja Mimosa, de Fagundes Varela, diferentemente das alvas e pálidas heroínas românticas européias, tem a pele morena e a sensualidade dos trópicos: “em tamanquinhos amarelos/ Pés de princesa, pés diminutivos, / Cútis morena revelando à vista / Do pêssego e do jambo os tons lascivos”
Já nas produções artísticas da Semana de Arte Moderna e o Regionalismo de 30, nessa época mostram o momento das vanguardas, do experimentalismo, da ruptura com o passado e a busca da nacionalidade. São contribuintes dessa fase Di Cavalcanti com suas mulatas e paisagens das favelas do Rio de Janeiro, Anita Malfati com seus mandacarus e cactos, Tarsila do Amaral com suas negras amas de leite, Mário de Andrade e seus mitos indígenas e estórias populares. Entre todos os literários da época não pode deixar de citar Jorge Amado que principalmente pelo seu sucesso editorial internacional, que atrai os olhares estrangeiros para um país favorecido pelo amor livre, pela sensualidade, pela beleza advinda da mistura de raças. Lembremos da historia Gabriela Cravo e Canela, romance, que virou filme e sucesso internacional.

A música brasileira dessa época também segue a mesma tônica de sensualidade, aquele do samba-choro Da cor do pecado de Bororó, de 1939: “Esse corpo moreno / cheiroso, gostoso / que você tem / é um corpo delgado / da cor do pecado / que faz tão bem...”.

O escritor e sociólogo Gilberto Freyre cita que até as comidas brasileiras, por influência das negras, são afrodisíacas: como a galinha, que figura em várias cerimônias religiosas, ou doces “por elas próprias enfeitados com flor de papel azul ou encarnado; mostra se que em nosso país não somente as mulheres , paisagens e o clima tropical exala erotismo. Um dos fatores que a imagem se denigre e generaliza lá fora.

Sendo assim digo que essa responsabilidade não é dos escritores e músicos e talvez nem seja da imprensa escrita, mas das imagens de fotografias que por décadas fizeram e ainda fazem parte do cenário de feiras internacionais de turismo destacando o perfil erótico da mulher brasileira, a divulgação desse tipo de publicidade, cria uma imagem negativa e contribui também os problemas sociais, ambientais e econômicos. E, infelizmente, a imagem da mulher brasileira que se vê lá fora nos dias de hoje é de mulheres nuas na praia e nos desfiles de carnaval.

Ressalvo também a imagem e comunidades do Orkut, pois há inúmeras comunidades com frases do tipo: ‘Nos brasileiras somos as mais gostosas’, e com fotos quase nuas ou nuas.
Acredito que esse estereótipo afeta as mulheres contemporâneas, embora muitas acham que sua prioridade não é ser bela. A beleza no Brasil pesa muito e não é a toa que muitas delas vivem para isso, ou seja, uma obsessão em chegar a essa perfeição. Não é a toa que o Brasil é um dos países onde mais são feitas operações de cirurgia plástica, sobretudo em lugares de praia.
Essa ideia da mulher ‘fácil’ não vai ser fácil mudar, mesmo que escritores, fotógrafos , músicos e outros do meio da mídia passassem a louvar a mulher brasileira pelos seus méritos e conquistas, como mostrar as que se destacam por seus feitos no mundo das ciências, das artes, dos negócios e ser mais educativo. Mostrar que os decotes escandalosos e as barrigas de fora com que as turistas brasileiras costumam escandalizar as ruas de cidades da Europa e nos Estados Unidos são apenas para certas ocasiões e certos locais. Mostrar o uso inteligente das tendências da moda.

‘’A nova fase da mulher brasileira’’ representa, também, a tentativa de desvincular a imagem do símbolo sexual. Como diz Fagundes. Apesar da desconfiança, apesar do preconceito, o indisfarçável preconceito mais visível nos países do terceiro mundo, embora também no mundo rico continuasse ecoando - e com que ênfase -! a famosa pergunta de Freud com aquela ironia perplexidade. "Mas afinal o que querem as mulheres”. Podemos dizer que até hoje boa parte das mulheres querem a independência financeira, batalham todos os dias por um país economicamente melhor e com todas as habilidades e responsabilidades de toda mulher.
Segundo a pesquisa realizada no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) o rendimento de trabalho das mulheres, estimado em R$ 1.097,93, continua inferior ao dos homens (R$ 1.518,31). Em 2009, comparando a média anual de rendimentos dos homens e das mulheres, verificou-se que as mulheres ganham em torno de 72,3% do rendimento recebido pelos homens. Em 2003, esse percentual era de 70,8%. Já que com base no relatório da ONU no quesito igualdade dos sexos, o Brasil ocupa o 55º lugar.

Hoje a globalização mundial requer uma mulher polivalente, guerreira e bem centrada emocionalmente, que saiba e desenvolva, com eficiência, diferentes papéis na sociedade. Mais do que dona do lar, ela pode estar entre profissionais de renome, nas mais diversificadas funções, antes privilégios do homem, mas, ainda ganhando o seu salário bem menos comparando com o homem. Porém, é preciso afastar esse conceito aqui discutido e exaltar outras qualidades da mulher brasileira.

Fonte
AMADO, Jorge. Gabriela, Cravo e Canela. Rio de Janeiro: Editora Record, 2001.
FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. [1936]. Rio de Janeiro: José Olympio, 1984.
Todorov, Tzevan. A conquista da América. A questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 1993. Trad. Beatriz Perrone Moisés.
ALGRANTI, L. Honradas e devotas: mulheres na colônia. Rio:J. Olympio, 1993.
AZEVEDO, F. A cultura brasileira. Brasília: UNB, 1996